quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Catarse - Túnel Massa

Massa Crítica no Túnel da Conceição, Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2012, durante o I Fórum Mundial das Bicicletas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eles escandalizaram o templo do racismo em São Paulo

Por Eduardo Guimarães, no site Outras Palavras.

O dia em que 300 manifestantes negros tomaram simbolicamente o Shopping Higienópolis e declamaram: “Se Palmares não existe / Faremos Palmares de novo”.


Afrontar a elite branca e racista de São Paulo foi a estratégia de centenas de manifestantes – em maioria, negros – que, no sábado (11/2), saíram com bandeiras e faixas do largo Santa Cecília, subiram a avenida Higienópolis e ousaram entrar naquele que é o mais genuíno templo do racismo na cidade.

O Shopping Pátio Higienópolis foi inaugurado no dia 18 de outubro de 1999. Instalado no coração do bairro de Higienópolis, região de alto poder aquisitivo em que vive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é composto por mais de 245 lojas distribuídas em seis pisos.

Ano passado, o shopping foi alvo de outro ato público, o Churrascão da Gente Diferenciada, levado a cabo em protesto contra abaixo-assinado de 3 mil moradores “higienopolitanos” que pedia ao governo do Estado que não construísse ali uma estação de metrô para não atrair gente pobre – ou, como preferiram chamar, “diferenciada”.

A escolha desse shopping para um ato público dessa natureza fez todo sentido porque não há outra parte da cidade em que o racismo hipócrita e visceral que encerra seja tão evidente. Só quem conhece o local é capaz de entender. A mera visita a ele desmonta a teoria de que não existe racismo no Brasil.

No Pátio Higienópolis, a sensação que se tem é a de estar em algum país nórdico. Só o que lembra que se está no Brasil são os empregados negros ou mestiços, tais como faxineiros, seguranças e alguns poucos funcionários das lojas. A clientela do shopping é quase que exclusivamente branca.

A manifestação foi convocada pelo “Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra” e protestou contra a reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, contra a ação truculenta da PM na Cracolândia e contra o caso de uma funcionária negra da escola Anhembi Morumbi que alega que a direção a pressionou a alisar os cabelos.

Em um momento solene e apoteótico da manifestação dentro do shopping um refrão cheio de simbolismo, extraído do poema “Negro Homem, negra poesia”, de José Carlos Limeira, 56, um dos autores baianos de maior destaque na comunidade negra, foi entoado por centenas de vozes, para horror daquela elite perplexa.

Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo
Se Palmares não existe mais
Faremos Palmares de novo

Ver um pequeno exército de negros altivos entoando palavras de ordem enquanto enveredavam por um local em que são raros de se ver e, quando aparecem, estão sempre cabisbaixos e servis, escandalizou e intimidou a clientela habitual. Lojas fechavam as portas e madames debandavam, esbaforidas, rumo ao estacionamento.

A Folha de São Paulo colheu depoimentos das indignadas madames habitués do shopping sobre a “invasão” de sua praia. Suas declarações revelam toda a burrice do racismo.

“Fiquei com medo que saqueassem a loja, podia ter tiros, morte. São uns vândalos, vagabundos”

“Achei ridículo esse negócio de racismo. Onde é que está? Veja a quantidade de seguranças e empregados negros”

Dois depoimentos, duas provas incontestáveis de racismo e burrice. Será que se fosse uma manifestação de estudantes branquinhos da USP haveria medo de saques, tiros e mortes? Será que o fato de só haver funcionários negros, mas não consumidores, não prova o racismo e a desigualdade racial que infecta a sociedade?

Esse é só mais um dos capítulos da guerra contra o racismo e o higienismo racial e social do governo e de parte da sociedade de São Paulo. Foi travada onde deveria, em Higienópolis (bairro cujo nome não poderia ser mais apropriado). E, desta vez, as forças da igualdade racial e social venceram.

Veja, abaixo, vídeos da manifestação:





Do leitor Chico Mendes, que participou da manifestação:

“02 de maio de 1967 e 11 de fevereiro de 2012. O que há em comum entre estas duas datas?

Naquele primeiro momento, vivia-se, nos Estados Unidos da América, um turbilhão de embates sobre a condição de negros e negras: um grupo de 29 panteras negras, militantes e guerreiros em prol de um tratamento igualitário, promovem uma entrada triunfal e convicta no Capitólio.

O congresso americano tomou um susto quando aquele grupo, aquela pequena onda negra adentrou a “Casa do Povo”. Estavam de armas em punho, pois, até ali, as leis permitiam que qualquer norte-americano portasse armas de fogo. Não era crime algum.

Um tabu e medo que perseguem a sociedade burguesa desde sempre, qual seja, armas na mão do povo, do eleitor. Entraram e fizeram seu discurso antirracista perante deputados brancos e assustados.

Pois bem: 45 anos depois, outra onda, de tamanho dez vezes maior mas com a mesma demanda, adentra, de forma surpreendente, símbolo da sociedade burguesa atual: um Shopping Center.

As armas que portavam não eram de fogo, eram armas verbais. Estavam armados, orgulhosamente, com a cor negra.

Militantes do movimento negro em São Paulo pegaram de surpresa a segurança do Shopping Higienópolis. Era por volta de quatro da tarde quando uns 300 militantes adentraram rapidamente e provocaram um frenesi nas faces brancas e rosadas da elite privilegiada deste país.

Ultrapassadas as três portas principais, objetivava-se, agora, chegar ao ponto central da casa que é a antítese da “Casa do Povo”. Os seguranças tentaram impedir, havendo um início de tumulto, logo superado pela onda negra que fazia pressão para que não se parasse nos corredores.

Tomamos o ponto central com nossas bandeiras, com nossas palavras, com nossa cor preta. A disposição arquitetônica deste centro mercantilista é perfeita para este tipo de ato, pois dos vários andares poder-se-ia avistar o nosso grito de protesto.

As forças de segurança do Estado racista brasileiro estavam em nosso encalço, mas fizeram as intervenções de rotina. Os militantes do movimento negro se revezavam ao microfone para dar o recado nunca antes ouvido pela elite branca que gastava ali o dinheiro advindo do suor do povo negro deste país.

Os olhares de perplexidade foram a tônica. Incredulidade da burguesia por termos chegado até onde chegamos. Ouvir verdades nunca foi o forte dessa gente. Enfatizo o fato de que o alvo poderia ter sido qualquer outro Shopping, mas era preciso algo a simbolizar nossa história de exclusão.

Esse templo do consumo carrega em seu nome a característica eugênica de nossa elite branca pensante de fins do século XIX e início do século XX. Nossas palavras fizeram eco. Nossa intenção jamais foi reclamar participação e existência naquele ambiente de luxo. Nossa intenção era denunciar, olho no olho, quem vive à custa do suor do povo negro.

Encerramos a manifestação e nossa alma foi duplamente lavada pela chuva que caía sem cessar. Vivemos um grande momento de Panteras Negras com aquela entrada. O Povo negro deste país existe e vai exigir sua participação em suas riquezas, doa a quem doer.”

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Luis Fernando, há mais de 40 anos pedalando

Luis Fernando é morador de Porto Alegre e trabalha entregando revistas:"Porto Alegre todo já rodei de bicicleta". Abaixo vídeo realizado durante o I Forum Mundial das Bicicletas. Mais notícias em http://forummundialdabici.com

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Plá no I Fórum Mundial das Bicicletas

Entrevista com Plá, ciclista, músico e compositor, participante do I Fórum Mundial das Bicicletas, que está acontecendo entre 23 e 26 de fevereiro em Porto Alegre.
Uma pedalada pela cidade relembrou o atropelamentode vários ciclistas ocorrido nesta cidade em 2011.
Programação do fórum em http://forummundialdabici.com

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Para quilombolas, saldo de 2011 foi uma titulação e várias ameaças de morte

por Fábio Nassif, publicado na Agência Carta Maior

Relatório publicado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo ilustra a situação das demarcações de terras quilombolas no Brasil. Focado no balanço de 2011, o relatório concluiu que apenas uma única terra foi regularizada neste período. Enquanto isso, dois casos chamam a atenção pela violência gerada diante da indefinição jurídica: o de Manoel do Charco (foto), ameaçado de morte no Maranhão; e o da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos, em conflito com a Marinha do Brasil no estado da Bahia.


Um relatório publicado pela Comissão Pró-Índio de São Paulo no último dia 15 ilustra a dramática questão das demarcações de terras quilombolas no Brasil. Focado no balanço de 2011, o relatório concluiu que apenas uma única terra foi regularizada neste período. Enquanto isso, dois casos chamam a atenção pela violência gerada diante da indefinição jurídica: o de Manoel dos Chacos, ameaçado de morte no Maranhão; e o da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos, em conflito com a Marinha do Brasil no estado da Bahia.

A conclusão do relatório é que “o primeiro ano do governo Dilma não trouxe mudanças significativas na política de regularização das terras quilombolas”. A inovação ocorrida diz respeito à contratação de empresas para realização de relatórios antropológicos que subsidiam os processos de titulação. Além de colocar em dúvida a qualidade desse material, o documento critica a falta de agilidade dos processos já que, depois de inclui-lo como parte do Relatório de Técnico de Identificação e Delimitação (RTDI), o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deve garantir técnicos para a produção das outras peças.

A demora desses processos se deve em boa parte à falta de estrutura do Incra. O próprio texto da Comissão Pró-Índio questiona como o órgão dará conta de transformar os 158 relatórios antropológicos em RTDIs, já que em sete anos ele publicou somente 147 desses.

Ameaça

Manoel do Charco, do Quilombo do Charco localizado no município São Vicente Ferrer no Maranhão, aponta que boa parte dos problemas está mesmo na ausência de estrutura do Incra, mas complementa que “boa
parte se dá pela falta de vontade política do governo federal”.

Ele tem uma história semelhante a de outros quilombolas, que, diferente dos fazendeiros da região que herdam terras, têm como herança a luta por elas. Manoel assumiu com mais força essa tarefa depois que seu companheiro de luta, Flaviano Pinto Neto, foi assassinado com sete tiros na cabeça em outubro de 2010. Flaviano era presidente da Associação Quilombola do Charco. Os acusados são Manoel Martins Gomes e Antonio Martins Gomes (vice-prefeito de Olinda Nova do Maranhão e candidato a reeleição).

“Pro Charco ser valorizado teve que morrer um companheiro”, disse ele, que aguarda o relatório, já com prazo estourado em um mês. Manoel prefere não dar palpite sobre as possibilidades de titulação das terras onde vive, mas já sabe que a justiça é muito suscetível às pressões dos fazendeiros.

A demora pela espera da titulação da terra não diz respeito somente a uma questão de tempo, mas de vida. No último domingo, Manoel foi ameaçado mais uma vez. “Três caboclos tentaram me pegar de moto indo pruma reunião no interior do estado. É a quarta vez que tentam me derrubar”, relata.

Faz um mês que ele deixou de ser protegido pelo Programa Nacional dos Defensores de Direitos Humanos (PNDDH) do Governo Federal. O motivo é financeiro, já que ele não conseguia cumprir nenhum horário de trabalho, e o programa disse não poder bancá-lo. Segundo o próprio Manoel, “proteção, só a divina”.

Despejo

Um outro caso que exemplifica a situação desses povos é o da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos, na Bahia. A disputa, nesse caso, é com a Marinha do Brasil, que, segundo os moradores da região, impedem até a entrada de funcionários do Incra no local. A Marinha tem protagonizado uma série de violações, como a invasão de domicílios, atentado às mulheres, uso ostensivo de armamento e impedimento das atividades econômicas tradicionais como agricultura e pesca de subsistência.

Diversas entidades realizaram um ato no último dia 6 para denunciar esta situação pois a ameaça eles sofrem ameaça de despejo no dia 4 de março. (Veja aqui vídeo sobre esta situação).

Não à toa, João Pedro Stédile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em reunião de alguns movimentos sociais com a presidenta Dilma Rousseff (PT) durante o Fórum Social Temático, cobrou resolução do problema das terras quilombolas. “É a maior dívida social que nós temos, o país foi construído com trabalho escravo, e agora não consegue reconhecer uma área? Nós temos que recuperar a legalização das terras quilombolas”, disse.


Foto de Guilherme Zocchio.

Mais sobre Rio dos Macacos aqui.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Comunidade da Santa Terezinha protesta após morte do menino Gustavo



As imagens do vídeo foram feitas por integrantes do GAJUP/SAJU - UFRGS e Acesso Cidadania e Direitos Humanos, que também assinam o relato a seguir:

Gustavo Luiz da Silva Rosa, 6 anos, filho adotivo de Marta e Daniel e neto sanguíneo de Adenir Rosa, todos ex-moradores da antiga Comunidade da Chocolatão, removida do Centro de Porto Alegre para a Av. Protásio Alves, a 10 quilômetros de distância do local que ocupou por 25 anos.

O casal Marta e Daniel, que não se mudou para nova Chocolatão em razão dos problemas que esse novo loteamento apresenta no que diz respeito aos aparelhos públicos como escolas e postos de saúde, bem como em decorrência das dificuldades relativas à segurança, geração de renda e locomoção - o residencial se localiza no final da Av. Protásio Alves -, conquistou, após um longo processo judicial e administrativo, sua residência no loteamento Vila Santa Terezinha.

Na tarde de 07/02/2012, por volta das 19h30min, o pequeno Gustavo, que andava de bicicleta com amigos, foi atropelado por um ônibus da linha da empresa Conorte, que trafegava em alta velocidade pela av. Voluntários da Pátria, vindo a falecer, no meio da rua, em frente a sua nova residência.

A comunidade, comovida e indignada com a morte do pequeno Gustavo, relatou que o tempo da sinaleira era insuficiente para travessia segura dos pedestres.

Entendemos que não cabe culpar o menino ou a família pela tragédia, pois é comum as crianças da comunidade transitarem livremente pelos arredores do loteamento, assim como é saudável a qualquer criança aproveitar sua infância brincando na rua. Contudo, de acordo com o depoimento da própria comunidade, que testemunhou a violência do atropelamento, o acidente iria acontecer independentemente de ser uma criança ou um adulto, haja vista a velocidade em que se encontrava o veículo.

Aquela altura da rua Voluntários da Pátria já conta com histórico de atropelamentos de outros moradores, dentre os quais crianças, que residem em grande número na Santa Terezinha, e que são obrigadas a atravessar a rua diariamente quando vão à escola. O violento atropelamento e morte do menino Gustavo despertou a comunidade para uma manifestação popular que ocorreu na semana seguinte, no dia 10 de fevereiro, quando foram exigidas providências urgentes, dentre as quais: a implantação de redutores de velocidade, quebra molas e mais segurança nas sinaleiras e na faixa de segurança.

A sexta-feira do dia 10/02, às 17h, foi um dia marcado pela luta do povo, e como não poderia ser diferente quando se trata de insurgência popular, um ato pacífico por parte dos moradores da Santa Terezinha acabou por sofrer interferência da Brigada Militar, com chamamento da tropa de choque e conseguinte agressão aos moradores pobres que estavam, legitimamente, reivindicando segurança no trânsito. Quanto à abordagem dos representantes do Estado, cumpre ressaltar um fato em específico que chocou a todos(as) que acompanhavam o protesto: uma moradora, já de idade avançada, foi brutalmente derrubada e arrastada pela polícia, e como se não bastasse a humilhação e o sofrimento, nenhum outro morador pode ousar defendê-la, pois o colega da Brigada apontava injustificadamente uma arma de Calibre 12 engatilhada, ao mesmo tempo em que afirmava: “não toquem no carrinho, ninguém toca no carrinho”.

Após a comunidade resistir bravamente às brutalidades da policia, foi desenhada uma borboleta em homenagem ao falecido Gustavo Luiz Silva Rosa, e combinada com os representantes da EPTC uma reunião para a segunda feira seguinte, dia 13/02.

No final da tarde, chegaram, em solidariedade ao menino Gustavo, ciclistas de Porto Alegre em passeata, levavam uma pequena bicicleta branca, símbolo de acidentes com ciclistas como vítimas fatais. Nesse momento uma diferença pode ser claramente percebida, a Brigada Militar não usou de violência contra àquele grupo, que igualmente trancava a rua e o trânsito, mas que, todavia, está mais próximo das elites da cidade que a comunidade carente a qual o pequeno Gustavo pertencia. De fato, isso só corrobora com a ideia de que a ditadura velada que vivenciamos atualmente é expressa pelo Estado quando ele precisa lidar com as manifestações do seu povo, aquele que é humilde e pobre e também maioria no nosso país.

Na EPTC, reunidos com Sr. Carlos, Diretor de Trânsito, e o Sr. Rodrigo, Chefe de Operação da região, integrantes da Comunidade, ciclistas de Porto Alegre, do GAJUP/SAJU-UFRGS e da Acesso Cidadania e Direitos Humanos, fizeram solicitações a EPTC que se comprometeu a tomar as seguintes providências: aumentar o tempo da sinaleira para, no mínimo, 20 segundos, revitalizar os sinais de trânsito, instalar lombada eletrônica e semáforo nas proximidades da escola.

O povo unido espera pelo cumprimento dessas promessas, com devida urgência de sua segurança e vida das pessoas, na esperança de que nenhum outro futuro precise ser tão precocemente interrompido para que o Estado volte seus olhos para as suas omissões.


Assista também os vídeos que os ciclistas de Porto Alegre fizeram na homenagem a Gustavo acessando aqui e aqui.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Quilombolas de Porto Alegre realizam manifestação no carnaval em apoio ao Quilombo Rio dos Macacos na Bahia

Os quilombolas urbanos de Porto Alegre uniram-se para realizar uma manifestação em apoio a permanência da posse e do título do território do Quilombo dos Macacos, na Bahia. A Marinha está tentando despejar os quilombolas de uma área que habitam há mais de 100 anos. Eles estão sob ameaça constante dos militares que controlam a entrada do Quilombo e não permite a construção de novas casas e nem de banheiros para a comunidade.
A Marinha pretende despejar os quilombolas no início de março.
Assista a manifestação de apoio dos quilombolas de Porto Alegre realizada na passarela do samba da cidade, o Complexo Cultural do Porto Seco.



Este vídeo será exibido hoje no telejornal Repórter Brasil, no quadro Outro Olhar, as 21h na TV Brasil que é transmitido no Rio Grande do Sul pela TVE canal 7.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quilombolas de Rio dos Macacos na Bahia denunciam Racismo Institucional praticado pela Marinha

Assista o vídeo que denuncia o Racismo Institucional que está sendo praticado pela marinha brasileira contra os quilombolas de Rio dos Macacos, na Bahia. Os quilombolas denunciam que estão presos na área controlada pelos militares, tem dificuldades de sair e entrar e estão sofrendo ameaças cotidianas de despejo e de agressões em uma área reconhecida e titulada pela Fundação Palmares como território quilombola.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Globo é expulsa de manifestação no Rio de Janeiro

A Rede Globo foi expulsa por manifestantes no Rio de Janeiro. Os gritos de "fora Globo" entoados pelos manifestantes não permitiram que a equipe de reportagem da Globo realizase filmagens durante o ato de Policiais e Bombeiros:

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Acompanhe ao vivo debate com o Quilombo da Família Silva

Cineclube Cine 48 apresenta quilombo família silva um documentário do Coletivo Catarse e Inverso Coletivo, que trata da A história do primeiro quilombo urbano titulado do Brasil, expõe a luta dos quilombolas pelo direito a terra no bairro mais rico de Porto Alegre.
O Quilombo da Família Silva é uma referência nacional na luta quilombola contra o racismo que ainda impera na sociedade brasileira e hoje eles são um exemplo para outros quilombos que estão conseguindo reconhecimento de suas terras.

Direção: Sérgio Valentim
Duração: 14 Minutos
Gênero: Documentário

Logo após a exibição debate com os convidados:

Lorivaldino da Silva - Presidente da Associação do Quilombo da Família Silva
Onir de Araújo - Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas - MNU
Sérgio Valentim - Diretor do Documentário



Acompanhe ao vivo na Pós-TV (uma iniciativa do Clube de Cinema do Circuito Fora do Eixo)


Live streaming by Ustream

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O movimento 15M e a política em rede

O movimento 15M – ou "os indignados", como os chamaram a imprensa – começou com a ideia de organizar um grande protesto em todo o território espanhol em 15 de maio de 2011. O objetivo, que na época talvez pudesse ser visto como ambicioso, pareceria retrospectivamente demasiado modesto: não apenas os protestos no dia marcado superaram as expectativas, como deram origem a um movimento multitudinário contra o custo social de uma crise financeira que está sendo paga por aqueles que não a provocaram e o déficit democrático de uma democracia representativa dominada pelos interesses de bancos e corporações.

Quase um ano depois do início do processo que levou ao 15M, este movimento segue vivo, com uma dinâmica complexa e aberta e incidência nas pautas mais variadas.

Durante o Conexões Globais 2.0, Javier Toret, do Democracia Real Ya (democraciarealya.es, @democraciareal), esteve no espaço do Coletivo Catarse e concedeu longa entrevista para Rodrigo Nunes, da revista Turbulence (turbulence.org.uk). Além de contar a história deste movimento, a entrevista busca desfazer mal-entendidos (como a ideia de que seriam inteiramente espontâneos e assembleários) e investigar mais a fundo o que o 15M pode nos ensinar sobre a política em rede e as maneiras como as atuais condições tecnológicas transformam o fazer político.

Parte 1
Toret conta como foi o processo de organização que levou ao 15 de maio de 2011 na Espanha e, contra a falsa impressão às vezes transmitida pela imprensa, descreve-o como "distribuído, sem líderes, mas não espontâneo".




Parte 2
Fala-se do papel de iniciativas individuais e coletivas num movimento em rede como o 15M: ao mesmo tempo que uma pequena iniciativa pode ter seus efeitos ampliados pela tecnologia, sua eficácia depende da capacidade de funcionar como parte de uma inteligência coletiva em processo.




Parte 3
Toret conta o que passou depois que milhares de pessoas foram às ruas em 15 de maio: como começaram os acampamentos nas praças das cidades espanholas e o que veio depois deles.




Parte 4
A discussão em torno do risco que experiências como os acampamentos do 15M acabem se fechando demais sobre si mesmas e a necessidade do movimento manter-se conectado ao que passa a seu redor e com capacidade de agir coletivamente.




Parte 5
Nesta última parte, discute-se que forma poderia tomar algo como o 15M num país como o Brasil, onde as condições sociais, políticas e tecnológicas são distintas da Espanha.


Manifestação contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre

No dia 09 de fevereiro, manifestantes sairam às ruas de Porto Alegre para protestar contra mais um aumento no valor da passagem do transporte público da cidade. Mas as reivindicações vão além. São muitas as comunidades que reclamam na demora entre os horários dos carros, mas também da lotação dos ônibus. Muitas vezes são viagens longas que se faz em pé e espremido. Todo início de ano o valor da tarifa aumenta e a população porto-alegrense recebe o aumento da passagem sem ao menos ser consultada, sem direito de decidir ou opinar. Quanto custa para um trabalhador o tranporte público em Porto Alegre?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O sentido da democracia para quilombolas e indígenas, no FST 2012

Durante o Fórum Social Temático de 2012, em Porto Alegre, quatro intelectuais e três políticos expuseram suas versões sobre o sentido da democracia: Ignácio Ramonet, do jornal francês Le Monde Diplomatique; o sociólogo português Boaventura de Souza Santos; Bernard Cassen, professor da Universidade de Paris 8; o ativista social Chico Whitaker; o presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT); o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (PT) e o governador Tarso Genro (PT).

Mas no auditório lotado da Assembleia Legislativa do RS, integrantes de movimentos populares também tinham algo a dizer. Fizeram isso num protesto durante o discurso do Ministro Gilberto Carvalho, e falaram o que pensam sobre o tema para nossa reportagem:

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dos de fora da dupla da mídia: Os 18 do Cruzeiro

Uma nova parceria de trabalho que inaugura, para tratar de futebol [mas do popular].

O Zé-Cruz, tradicional clássico de Porto Alegre, passou longas décadas sem ser realizado, pois ora São José, ora Cruzeiro, estavam com seus departamentos de futebol fechados. Nos últimos anos, com o retorno do Cruzeiro à primeira divisão gaúcha, o derby portoalegrense voltou, assim como a paixão dos fanáticos cruzeiristas, que esperaram mais de 30 anos para ver seu time do coração enfrentar Grêmio e Internacional.

No dia 1º de fevereiro, fomos ao Estádio Estrelão acompanhar o Zé-Cruz válido pelo primeiro turno do Gauchão. Em campo, placar de 4 a 1 para o Cruzeiro. Nas arquibancadas, relatos de torcedores que durante muito tempo viveram só de lembranças – e se negaram a sucumbir diante da hegemonia da dupla Gre-Nal.


A reportagem foi feita pelo IMPEDCHANNEL, em parceria com o repórter cinematográfico André de Oliveira, do Coletivo Catarse. Aguardem as próximas edições.

Venceremos,
Daniel Cassol

sábado, 4 de fevereiro de 2012

"A gente só está fazendo o nosso trabalho"

É um trabalho duro, com certeza. Funcionários da SMIC são pagos para roubar os produtos dos que trabalham na rua. E policiais são pagos para proteger os ladrões da SMIC e para bater no rosto dos cidadãos que se revoltam com o assalto do Estado contra os trabalhadores. "A gente só está fazendo o nosso trabalho", diz um policial montado a cavalo para uma mulher que não se conforma com o que viu.



Quando as pessoas deixarão de aceitar estes trabalhos, que esmagam o povo?

No massacre de Pinheirinho, eram funcionários do Estado que arrasaram com as casas de milhares de pessoas, bateram, torturaram, mataram.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Defensor público afirma que desocupação do Pinheirinho foi ilegal e imoral

O defensor público Jairo Salvador afirmou em uma audiência pública em defesa dos moradores do Pinheirinho na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no dia 01 de fevereiro, que a ação de desocupação do Pinheirinho foi ilegal e imoral. Em sua declaração ele disse que foi pessoalmente ao local e com um oficial de justiça levando a ordem judicial que suspendia a desocupação e foi ignorado pelo Comandante Messias, da Polícia Militar paulista.
Assista o depoimento do defensor público que termina afirmando que não existe justiça em São Paulo e nem no Brasil.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Grupo SOMOS de Porto Alegre fecha as portas

Após dez anos de atividades, Grupo SOMOS de Porto Alegre fecha as portas

Com reconhecida atuação nacional e trajetória na luta pelos Direitos Humanos, com ações focadas na Incidência Política e no Controle Social das políticas públicas voltadas à Diversidade Sexual e à Saúde Integral, atuando junto às populações vulneráveis de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem como pessoas vivendo com HIV/Aids, a ONG SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade fecha as portas em fevereiro de 2012, e suspende todos os serviços de atendimento direto ao público, oferecidos na sede da instituição.

Desta forma, serviços gratuitos como assessoria jurídica a pessoas vítimas de discriminação e violência, distribuição de insumos de prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, manutenção de grupos de convivência, realização de oficinas educativas e o acesso ao acervo documental com mais de 2 mil ítens, entre livros e filmes serão suspensos, sem data para reativação.

As medidas refletem o quadro de desmonte e descaso a que vêm sendo submetidas inúmeras Organizações Não Governamentais brasileiras, de utilidade pública, e sem fins lucrativos, que desenvolvem ações sociais com recursos exclusivamente advindos do orçamento público e através de parcerias institucionais. Estas Organizações têm como principal papel a fiscalização e o acompanhamento da execução das políticas públicas.

As atuações das ONG são legítimas e necessárias, à medida que são representações de populações e grupos sociais. A ausência hoje, de um Marco Legal que defina uma legislação clara para a atuação destas instituições no Brasil leva a um estado de sucateamento e desmonte e um enfraquecimento da cidadania.

Assim, após dez anos de intensa atuação, a SOMOS suspenderá todos os atendimentos prestados diretamente à população e o Estado não cumprirá este papel, como é sabido.

A gestão pública, a ter como referências as áreas da Saúde, Direitos Humanos e Cultura, em suas três esferas – municipal, estadual e federal – tem agido com descaso, despreparo e irresponsabilidade na execução de suas obrigações com a população. Vide casos específicos como a não realização plena das Programações/Planos de Ações e Metas (PAM) ligadas à Saúde; a conduta de irresponsabilidade do Ministério da Cultura na execução de ações de promoção à Diversidade Cultural, como no descaso com os Pontos de Cultura; e o marasmo e falta de respostas propositivas e urgentes relacionadas à população LGBT, das pastas de Direitos Humanos, em todos os âmbitos governamentais.

Quando os Governos, não executam projetos que são de sua responsabilidade e não abrem espaço à participação e debate com as Organizações Não Governamentais, fica clara sua postura em relação à sociedade civil. Ao mesmo tempo em que afirma que a esta não possui voz, condena a pressão e a cobrança de projetos e ações para populações marginalizadas. O que é inadmissível, pois os Governos devem ouvir e ser o povo, e não o povo que deve se curvar às vontades das instituições de poder. Se assim fosse, avanços que foram encabeçados pelos Movimentos Sociais jamais sairiam do papel.

Colocamos a pergunta: a que, e a quem serve este descaso, afundando as ONG que dia-a-dia se vêm sufocadas em manter suas atividades com recursos escassos e mergulhadas em camadas burocráticas?

Esta situação reflete um paradoxo, onde se esperava que Governos mais sensibilizados às questões sociais, representados por gestores muitas vezes advindos dos Movimentos Sociais, não ficassem inertes às demandas dos grupos historicamente excluídos, como LGBT, negros, mulheres e pessoas vivendo com HIV/Aids, entre outros. Pelo contrário, estes governos destacam um posicionamento que desmobiliza, desarticula e esmaga as organizações da sociedade civil.

Desta forma, como posicionamento político, o SOMOS reduzirá drasticamente sua atuação, buscando refletir sobre o papel das Organizações não Governamentais hoje. Entretanto, não calará sua voz e, diferentemente das posturas governamentais, manterá suas ações de Incidência Política e de Controle Social das políticas públicas e seus serviços administrativos, bem como honrará a execução de convênios e parcerias vigentes, embora em sua maioria não-pagos, adequando de forma real suas ações aos compromissos pactuados em cada projeto.

Que o Estado se aproprie da demanda de trabalho de milhares de beneficiários/as, excluídos/as, e oprimidos/as que têm seus direitos violados pelas suas instituições de poder, já que o Movimento Social, penalizado, está sendo expulso da defesa da população. Se, enfim, o trabalho desenvolvido não é importante para os gestores públicos e não merece respaldo ou apoio, facilitando o emudecimento das vozes que gritam as violações de direitos que os Governos todos os dias agridem, o encerramento das atividades é a medida que se impõe e representa a resposta mais franca à realidade que se desenha.

Porto Alegre, 30 de janeiro de 2012.

Equipe SOMOS
Sandro Ka
Coordenador Geral
SOMOS Comunicação, Saúde e Sexualidade
Rua Jacinto Gomes, 378 - Santana - Porto Alegre | RS 90040-270
51. 3233 8423
www.somos.org.br

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Coletivo Catarse - Comunicação para transformar

O Coletivo Catarse é tema do próximo programa Nação, da TVE, que vai ao ar no domingo às 18:30h, com reprise na terça (20:30h). Conversamos sobre a história do coletivo, mídia livre e contra-informação, sobre a cobertura dos movimentos sociais, autogestão, sobre o que produzimos nestes sete anos e meio de trabalho e também sobre os projetos em andamento.Assista abaixo a gravação que fizemos desta entrevista ao som da banda Pata de Elefante.