terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Movimentos sociais ocupam Palácio da Justiça do RS durante FST 2012

Durante a marcha de abertura do Fórum Social Temático 2012, em Porto Alegre, integrantes de coletivos autônomos, organizações e comitês populares da Copa ocuparam o Palácio da Justiça do RS. Numa ação direta pacífica mas corajosa, denunciaram que o Poder Judiciário tem sido co-responsável por crimes contra a população brasileira, como nos casos recentes de Pinheirinho e Belo Monte.

Funcionários do Tribunal desceram dos escritórios até as escadas para ver a expressão da cidadania no rosto, na dança e nas vozes de dezenas de pessoas que dizem não ser representadas por esta Justiça. E ouviram de Andressa Caldas, da Justiça Global (RJ), citando violações de direitos humanos que são praticadas com a omissão do Poder Judiciário, afirmar que este "é um poder elitista, racista, homofóbico, cego. Representa apenas uma parcela minoritária da população, que é a classe exploradora e são os ricos deste país."

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entrevista com Lilian Celiberti no FSTemático 2012

Assista a entrevista com Lilian Celiberti que veio para Porto Alegre participar do encontro da UPMS - Universidade Popular dos Movimentos Sociais que ocorreu dentro do Fórum Social Temático 2012. #coberturacolaborativa


sábado, 28 de janeiro de 2012

Cowboys Espirituais, com Izmália, vai encerrar o Conexões Globais 2.0!

Passagem de som da banda Cowboys Espirituais, reunida em foramação original (Julio Reny, Frank Jorge, Márcio Petracco e Paulo Arcari) depois de 10 anos! Hoje, em show às 20h na Casa de Cultura Mário Quintana.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quem nunca teve uma cassete escrita "lentas"?

"Acabou a ditadura do monopólio das gravadoras e dos estúdios de cinema” – Leoni.
“Compartilhar música não é crime” – Fernando Anitelli.
 Show hoje a noite(20h) na Casa de Cultura Mario Quintana.

Ativismo e diversidade no 2° dia do #ConexoesGlobais

Assista ao vídeo que resume as atividades do segundo dia do #ConexoesGlobais. Oficinas, debates, arte e transformação.

Índios Marugo da Amazonia denunciam que estão morrendo devido a falta atendimento médico nas aldeias

Os índios da etnia Marugo enviaram um representante para participar do Fórum Social Temático 2012 e denunciar que o descaso e a burocracia do Ministério da Saúde está colocando em risco a vida de vários indígenas que vivem na região. O Vale do Javari tem a segunda maior reserva indígena do Brasil, com 8 milhões de hectares, onde habitam outras seis etnias além dos Marugo.

O indígena denuncia que a lentidão burocrática do Estado na substituição da FUNASA - Fundação Nacional de Saúde pela SESAI - Secretaria Especial de Saúde Indígena está deixando os Índios sem atendimento médico nas aldeias, forçando-os a viajar 700 km até o hospital mais próximo. Segundo Clóvis, isto estaria ocasionando a morte dos índios da região. Assista a entrevista produzida pela equipe de cobertura colaborativa do FST 2012.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Show de Richard Serraria hoje, na CCMQ

Misturando vários sons característicos do sul da América Latina, conectando Brasil, Uruguai e Argentina, o show Pampa Esquema Novo é código livre. No blog http://richardserraria.blogspot.com está toda a obra do artista disponível para download.

Show hoje, às 20h, na Casa de Cultura Mário Quintana, no Conexões Globais 2.0 - com transmissão ao vivo pelo site.

Cobertura Colaborativa do Fórum Social Temático 2012

O Coletivo Catarse está participando da Cobertura Colaborativa do Fórum Social Temático. Acesse o link da cobertura no site do Fórum www.fstematico2012.org.br. Este vídeo foi produzido ontem, durante a apresentação do Levanta Favela no Acampamento da Juventude. Lembrando que será feita uma nova apresentação da peça de teatro de rua "Futebol, Nossa Paixão Pra falar sobre política, Futebol e Religião" de Livre Adaptação do texto "Corinthians, meu Amor" de César Vieira, nesta sexta feira, na esquina democrática.



Essa apresentação esta dentro da programação das atividades da Comunidade Autônoma Utopia e Luta e é dedicada a todos os companheiros da Comunidade de Pinheirinho que tombaram na Luta pela resistência.

Somos todos Pinheirinho.

PINHEIRINHO VIVE!!!!

Nessa Sexta, dia 27 de Janeiro às 18:00
na Esquina Democrática
(esquina da Rua dos Andradas com Av. Borges de Medeiros - Centro)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Hoje tem show de Lirinha (Cordel do Fogo Encantado) no Conexões Globais

Durante a passagem de som do seu show neste 25 de janeiro, o ex-vocalista do Cordel do Fogo Encantado lança seu novo trabalho solo que está inteiramente disponibilizado na internet: “Disponibilizei e acredito que farei isso no decorrer dos meus trabalhos”.

Lirinha é mais um de uma série de artistas da música que estão disponibilizando de maneira totalmente livre as suas obras para o público baixar na web. Essa atitude vem na onda de toda a rediscussão dos direitos autorais, que, por muito tempo, serve à indústria e impede a circulação da cultura mais livremente.

Confira o show hoje, às 20h, na Casa de Cultura Mário Quintana, centro de Porto Alegre, ou na nossa transmissão ao vivo.

Leonardo Boff: “O capitalismo é um sistema hostil à vida”

Em sua passagem pelo Fórum Social Temático, o teólogo Leonardo Boff teceu considerações acerca de como enxerga as evoluções sociais a partir das discussões propostas no evento. Com descrença nos governos, ele acredita que a humanidade ainda vai achar o seu caminho para a mudança por si só e enxerga nos movimentos via internet um novo tipo de revolução, sem o discurso clássico das esquerdas, mas de exigência de democracia participativa em vários níveis.

Assista à entrevista em 3 partes:





Conexões Globais premia cobertura colaborativa



O Conexões Globais 2.0 irá premiar as melhores coberturas colaborativas do Fórum Social Temático 2012 em três categorias: 1) melhor cobertura fotográfica; 2) melhor vídeo e 3) melhor cobertura em blogs e sites. Para participar é necessário inscrever-se no site do evento (conexoesglobais.com.br/concurso) até o dia 5 de fevereiro.

Na marcha de abertura do Fórum 2012



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Somos tod@s Pinheirinho

Toda nossa solidariedade e indignação junto do povo de Pinheirinho-SP. Abaixo a repressão. Horror no Pinheirinho visto de dentro, imagens da Causa Operária TV. Somos mais do que nunca tod@s Pinheirinho.

Ato em apoio ao povo de Pinheirinho-SP - vídeo 2

 Na Esquina Democrática em Porto Alegre, denúncia de opressão do Estado contra o povo de Pinheirinho-SP.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

UPMS lança manifesto contra desocupação da comunidade do Pinheirinho

A Universidade Popular dos Movimentos Sociais está realizando oficinas de formação prévias ao Fórum Social Temático que começa amanhã com a Marcha dos Movimentos Sociais às 16 horas. Durante o dia de ontem, alguns participantes gravaram um vídeo em repúdio a desocupação da comunidade do Pinheirinho em São José dos Campos. Assista o vídeo produzido pelo Coletivo Catarse em parceria com a UPMS. O que Pinheirinho tem haver com você?

Ato em apoio ao povo de Pinheirinho-SP

Manifestação realizada em Porto Alegre-RS de apoio as famílias de Pinheirinho-SP que vem sofrendo ataques da Policia Militar do Governo paulista.
Abaixo vídeo que mostra a leitura de documento lançado pelos Comitês Populares da Copa do Mundo em apoio a estas famílias. Porto Alegre-RS, Esquina Democrática.

Mobilização quilombola e popular no Fórum Social Temático

O Comite Popular da Copa/ Porto Alegre-Centro (Proponente), conjuntamente, com a Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, Quilombo da Família Silva (RS), Quilombo da Família Fidelix (RS), Quilombo da Pedra do Sal (RJ), CIMI (Conselho Indigenista Missionário/POA-RS), Odomode, GT-Quilombola - MNU/RS, Ocupação 20 de Novembro- MNLM/POA-RS, LBL (Liga Brasileira de Lébiscas-RS), AGB (Associação Geografos Brasileiros-RS) , Coletivo Catarse, Sintect /RS- (Secretaria de Combate ao Racismo- Sindicato dos Correios e Telegrafos do Rio Grande do Sul), Quilombo Rassa e Classe da CSP-CONLUTAS, Rede Quiombos do Sul, convocam e convidam os(as) ativistas presentes no FORUM SOCIAL TEMÁTICO (2012) em Porto Alegre-RS.

PROGRAMAÇÃO SUGERIDA:

24/01- MARCHA DE ABERTURA DO FORUM- CONCENTRAÇÃO LARGO GLÊNIO PERES – PONTO DE ENCONTRO BANNER DO COMITE POPULAR DA COPA DO CENTRO E FRENTE NACIONAL EM DEFESA DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS

25/01(09hs) - 10 Anos de Articulação da Rede Quilombos do Sul, Balanço e Perspectiva da Luta Quilombola no Brasil. Local: Quilombo Oliveira Silveira – Largo Zumbi dos Palmares. Proponentes: Rede Quilombos do Sul – MNU - Frente Nacional em Defesa dos territórios Quilombolas.

26/01 (9 às 17hs) - Seminário Internacional de Reparação. Local: Quilombo Oliveira Silveira - Largo Zumbi dos Palmares. Proponente: MNU.

27/01 (14hs)- As Políticas de Ações Afirmativas como Enfrentamento do Racismo no Ambiente Escolar e Acadêmico- Local: Quilombo Oliveira Silveira. Proponente: GT de Ações Afirmativas da UFRGS.

28/01(9hs) - Balanço e Perspectivas da Luta Quilombola no Brasil – Local: Quilombo Oliveira Silveira. Proponente: Rede Quilombos do Sul - MNU e Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas.

Dia 28/01- A Copa ,os megaprojetos e os direitos dos explorados e oprimidos: a situação indígena, negra, quilombola e popular no Brasil e Porto Alegre. O local da atividade: Quilombo da Família Silva, carrega forte simbologia dessa resistência contra o Racismo e todas as formas de exploração e opressão, portanto, contamos com a importante presença dos compas na atividade no dia 28.01 á partir das 14h.

Ponto de encontro diário , a partir das 19h , Rua Lobo da Costa nº 24 , Cidade Baixa, Final da Rua José do Patrocínio, Bar da Carla, Quilombo Fidelix.


CARTA DO COMITÊ POPULAR DA COPA/CENTRO POA:

Companheiros(as),

Somos negras(os), quilombolas, indígenas, pobres, trabalhadores(as), desempregados(as), gays, lésbicas, jovens, idosos, que ao longo de nossas vidas, nos comprometemos com a luta pela transformação social.

Juntos, estivemos em greves - como a dos Correios e Telégrafos -, ocupações de órgãos públicos, manifestações de rua, Audiências Públicas, Marchas - inclusive em Brasília - e realizamos trabalhos de base em nossos territórios.

As demandas que esses movimentos representaram e representam, seguem em aberto, mantendo-se os ataques as comunidades quilombolas, indígenas, o genocídio da juventude negra e pobre em geral, a homofobia, a lesbofobia, o machismo, os assassinatos e perseguição de ativistas, quilombolas e indígenas.

Apesar da existência de lutas e resistência, das quais somos integrantes, as raras conquistas obtidas estão ameaçadas. Mas algo ainda mais difícil de enfrentar no cenário: percebemos que boa parte das organizações do Movimento Social, em geral, e também do movimento negro abriu mão de seu papel histórico e hoje é parte integrante do projeto político e econômico que prepondera.

A economia da dominação usa e se baseia nos Megaprojetos – as grandes obras – não respeitando a exploração da mão de obra nem respeito ao meio ambiente do país. Usa a cultura popular, a música, a gastronomia o esporte, como as Olimpíadas e a Copa do Mudo de Futebol para o aprofundamento do projeto de Colonização.

Favorecem os mesmos de sempre, contra e em detrimento da maioria da população.

As maiores vítimas desta fase política do país são os povos originários, os quilombolas, os negros(as), a juventude em geral. Vítimas da institucionalização da violência, do racismo, da homofobia, da lesbofobia, do machismo.

Mais do que nos encontrarmos e confraternizarmos, neste momento emblemático da história, temos que enfrentar o desafio de construirmos uma agenda comum de luta, resistência e organização.

Se juntos identificamos o inimigo enfrentaremos melhor os ataques que se avizinham, com independência e autonomia em relação ao Estado, aos Governos e aos governistas de plantão.

Felipe da Costa Franco

Busão do Transparência Hacker a caminho do #ConexoesGlobais

domingo, 22 de janeiro de 2012

Nota da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa a respeito da ação policial em Pinheirinho

A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, reunida em Porto Alegre nos dias 21, 22 e 23 de janeiro de 2012, condena veementemente a brutal ação policial que desocupou a favela do Pinheirinho, em São José dos Campos, São Paulo. A notícia, que recebemos com consternação, é um choque, por sua ferocidade e covardia que, de acordo com relatos, teriam custado sete mortes. Infelizmente, contudo, não é uma surpresa. Quem está atento aos fenômenos de transformação do espaço urbano brasileiro nos últimos anos, sabe da violência que caracteriza os processos de exclusão que atingem às comunidades mais pobres, mesmo quando eles não se manifestam pela força física.

Pinheirinho é um caso trágico, mas exemplar: um terreno dedicado à especulação imobiliária, que pertence à massa falida de Naji Nahas, notório criminoso financeiro; cerca de 1.600 famílias, totalizando mais de 6.000 pessoas, vivendo no local há oito anos; descaso das autoridades em todos os níveis, mas especialmente a prefeitura, com a regularização e a infraestrutura da área; uma intervenção direta do aparelho estatal (no caso, o governo do Estado de São Paulo) contra a população mais carente e em favor de interesses privados.


Nada disso, claro, é novidade; mas essas dinâmicas têm se acelerado nos últimos anos e ganharam, mais recentemente, um impulso fortíssimo com a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O que temos visto são remoções criminosas,atingindo cerca de 170 mil pessoas no Brasil inteiro, e desrespeito aos direitos mais básicos, em favor de uma lógica que privatiza os lucros, enquanto socializa custos e prejuízos à população. Estes prejuízos se distribuem desproporcionalmente, e é a população mais fragilizada, em particular, que arca com o peso maior.

Megaeventos são, no mundo todo, exatamente isso: grandes desculpas para criar-se um estado de exceção que permite a uns poucos maximizar seu ganho nas costas de muitos que pagam caro, seja por meio de impostos, seja pela perda da moradia, seja pela perda de direitos trabalhistas, seja, como é o caso hoje, com a vida.

Exigimos justiça para as famílias do Pinheirinho, mas também para aqueles que terão de ser responsabilizados e punidos por este arbítrio. Em primeiro lugar, o governador Geraldo Alckmin, que hoje inscreveu seu nome no panteão dos governos do Estado de São Paulo: agora ele também tem o seu Carandiru. Têm que pagar o preço do abuso, ainda, o juiz titular da 3ª Vara Federal, Carlos Alberto Antônio Júnior, que cassou a liminar que suspendia a ação de reintegração de posse, alegando que a justiça federal não teria competência para atuar no caso, apesar da manifestação de interesse da União em comprar a área disputada; e especialmente a juíza da 6ª Vara Cível, Márcia Faria Mathey Loureiro, que planejou a ação junto com o comando da Polícia Militar; bem como os comandantes envolvidos na operação.



Mas se Pinheirinho é exemplar, também o é pela organização e empenho da comunidade em lutar pelos seus direitos. Rodaram o mundo fotos e vídeos destes homens e mulheres comuns que, jogados pelas circunstâncias numa luta desigual por seus direitos e sua dignidade, elevaram-se ao papel de fonte de inspiração e admiração para muitos. Pinheirinho pode cair, mas Pinheirinho não acabará para todos aqueles que seguirão lutando esta mesma luta. A partir de hoje, Pinheirinho somos todos nós.


(mais fotos da invasão da polícia aqui)

FST 2012: Catarse na cobertura jornalística para a Carta Maior

Nossa primeira reportagem cinematográfica de cobertura do FST 2012 para a Carta Maior. Encontro Vozes, que aconteceu ontem [21/01], no Jardim Botânico de Porto Alegre. Um oxalá aos que vierem para cá a tecer redes.

Ao som mais simples de um tambor tribal. Com os pés no chão, no contato mais direto com a terra - nossa pacha mama. Os olhos buscando nos outros olhos a expectativa de um encontro harmonioso, frutífero. Os corpos unidos em um mesmo espírito de congregação com as forças da natureza. Assim foi dada a largada do Fórum Social Temático de 2012, quase uma benção a todos para os debates que teremos pela frente nos próximos 8 dias.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Movimentos Sociais mobilizados para o FST

Ocorrerão nos próximos dias, na Região Metropolitana de Porto Alegre, oficinas de formação da Universidade Popular dos Movimentos Sociais - Rede Global de Saberes (UPMS), mobilizando os movimentos para o FST. Coordenadores da UPMS, entre teóricos, pesquisadores e representantes de movimentos sociais se reúnem hoje nos Capuchinhos para acertar os últimos detalhes das oficinas que ocorrerão dia 21 e 22 de Janeiro, em Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo, reunindo ao todo 150 pessoas de diversos países.

A UPMS é um espaço de formação intercultural que promove um processo de interconhecimento e auto-educação dos movimentos sociais. Formada por Entidades da sociedade civil e algumas universidades. Coordenada pelo CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, EURALAT - Observatório Eurolatinoamericano de Democracia e Desenvolvimento Social, IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, ICAE - Conselho Internacional para Educação de Adultos, e o IPF - Instituto Paulo Freire. Foi proposta no FSM de 2003 e vem realizando diversas oficinas em vários países do continente americano.

As oficinas preparatórias do FST são as primeiras em âmbito internacional, reunindo representantes de vários países do continente americano.


Boaventura Souza Santos
Professor da Universidade de Coimbra
.

Lilian Celiberti
Articulacion Ferminista Marcosur


Coordenação da UPMS

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Coletivo Digital divulga atividades durante o Conexões Globais 2.0

Oficinas - Edição Gráfica Livre e Edição de Vídeo Livre



Recado da militante Beatriz Tibiriçá

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Conexões Globais 2.0: Participe da Agência Colaborativa!

Por Gisele Barbieri
Foto: Nanda Barreto

A Agência de Comunicação Colaborativa é mais uma proposta do Conexões Globais 2.0, de 25 a 28 de janeiro, para reunir a produção dos ativistas digitais, durante os dias do evento, e transformá-la em informação para a rede. Assim, todo o material como fotos, vídeos e textos, produzidos a partir de até mesmo um telefone celular poderão ser compartilhados via web e publicados no nosso site.

Se você gostou da ideia, faça parte dessa Agência como voluntári@! Publique as informações sobre o evento no seu blog e publique no Twitter utilizando a hashtag #ConexoesGlobais. Também estamos no Facebook. Ou participe mais diretamente dessa construção coletiva, entrando em contato pelo e-mail conexoesglobais@gmail.com. Anexe seu minicurrículo e descreva sua área de interesse.

Durante o Conexões Globais 2.0, essa equipe de comunicadores multimídia será responsável por produzir e agregar os conteúdos veiculados na rede. Tendo um espaço na própria Casa de Cultura Mário Quintana para que todos possam baixar, editar e compartilhar seus materiais. Estamos esperando pela sua participação!

Haverá prêmios para as melhores coberturas colaborativas. Em breve, mais informações!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Oficinas de tecnologia pra seguir ocupando as ruas do mundo

O corpo, a palavra e o gesto de cada uma e cada um ocupando as ruas em 2011 foram as armas das novas revoluções, que derrubaram governos e abalaram estruturas do sistema em muitos lugares. E pras pessoas estarem juntas nas praças do mundo, resistindo e provocando transformações, as novas tecnologias e a internet têm sido instrumentos fundamentais.

Durante o Fórum Social Temático, de 25 a 28 de janeiro, a Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, vai receber o Conexões Globais 2.0, encontro que pretende debater os rumos da mobilização social na era da internet.

Desconferências, conexões culturais, diálogos globais, comunicação colaborativa e o Terceiro Fórum de Mídia Livre. E oficinas gratuitas pra aprender muitas coisas sobre tecnologia e melhor fazer circular ideias, ações, projetos e denúncias. Estes conhecimentos podem ser muito úteis para as mobilizações populares.



As oficinas são atividades práticas, com a ideia central de estimular e fortalecer a autonomia e autogestão d@s atores da comunicação e da cultura digital. Tem atividades de como criar uma rede de internet sem fio e conquistar “webautonomia”, mandando as operadoras de internet pro espaço. Aprender a utilizar ferramentas gratuitas para comunicação multimídia, usando sites para criação de narrativas interativas. Construir uma mídia móvel (mimosa), elaborada a partir de reuso de sucata tecnológica, que produz, reproduz ou capta informação. Também tudo o que se precisa saber para colocar uma radio(web) na rede. Aprender a construir sites na plataforma gratuita WordPress e estratégias de publicação e divulgação dos conteúdos. Como usar os celulares conectados à internet pra fazer jornalismo. Na oficina de ferramentas digitais para ocupações, trabalhar com ferramentas inovadoras, criadas especialmente para os movimentos, além de novos usos das já existentes.

Veja aqui a programação completa das oficinas. E se você não puder ir, combine com alguém do seu coletivo pra estar lá:

Dia 25

14h às 18h – Diga “adeus” às operadoras de internet!

Saiba como criar uma rede Mesh de internet sem fio e conquiste “webautonomia” na internet da sua casa, local de trabalho ou até mesmo no bairro onde você mora. As redes do tipo Mesh possuem a vantagem de serem redes de baixo custo, fácil implantação e bastante tolerantes a falhas. Nesse sistema de conexão, cada laptop é um nó, ou seja, os computadores estão interligados entre si, e não dependendo de apenas um servidor central. Desta maneira é possível transmitir mensagens de um nó a outro por diferentes caminhos. Nesta oficina, com ajuda da Associação Software Livre.org, você aprende a configurar a sua, e ainda participa da construção da rede Mesh na Casa de Cultura Mario
Quintana. Saiba mais aqui.

Oficineiro: Rodrigo Troian - @rtroian

Administrador que acredita que tudo são sistemas operacionais e protocolos, curioso sobre pequenos sistemas embarcados, acha que as pessoas ainda vão retomar o poder quando todos se conectarem, tenta entender o caos na organização coletiva, vegetariano por não concordar com o sistema produtivo, leitor assíduo de ficção por acreditar que todos precisam viajar um pouco.

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14h às 18h – Seja um VJ livre

Aqui você pode aprender a base para realização de VJing e realizar performances visuais em tempo real utilizando sistema Linux, além de conhecer mais sobre temas como pesquisa de conteúdo e o uso do software e interfaces de controle. Prática focada no LiVES (software livre) e no controle de interfaces.

Oficineiro: VJ pixel – @vjpixel Fuçador de tecnologias livres, que atua como VJ desde 2002 e pequisa o desenvolvimento de interfaces digitais interativas em seu memeLab, o VJ pixel irá compartilhar sua experiência, mostrando seus próprios métodos de trabalho, a forma como prepara e realiza suas apresentações, desde a seleção de conteúdo até a edição ao vivo de imagens.

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14h às 18h – Vire um repórter 2.0!

Aprenda a utilizar ferramentas gratuitas para comunicação multimídia. Conheça uma série de sites e serviços úteis e de uso imediato para criação de mapas, narrativas interativase serviços da web que ajudam no dia-a-dia de quem se comunica pela rede.

Oficineiro: André Deak - @andredeak

Pós-jornalista, fotógrafo, professor na pós-graduação da Faap e da PUC nos curso de Jornalismo Digital. Recentemente lançou com Felipe Lavignatti o projeto Arte Fora do Museu, contemplado com o prêmio Funarte. Co-fundador da Casa da Cultura Digital. Compartilha suas ideias e descobertas em Jornalismo Digital.

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14h às 18h – Robótica livre

Realize seu sonho de infância e aprenda a construir um robô com lixo eletrônico. Em meio a soldas, fios e lixo eletrônico, soluções livres substituem produtos comerciais (e caros) e permitem que qualquer um se aproprie da tecnologia e dê seus primeiros passos na Robótica. Nesta oficina, você aprenderá a criar kits robóticos alternativos e, a partir deles, protótipos de robôs, braços mecânicose afins.

Oficineiros: Eloir José Rockenbach é coordenador Técnico do CRC do Centro Social Marista – Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Robótica Livre e integra o Conselho Geral da Associação Software Livre. Felipe Santos é educador de inclusão digital da rede Marista.

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14h às 18h – Crie uma mimoSA (Mídias Móveis SA)

O conceito de “mimoSAs” poderia render – e rende – trabalhos teóricos densos, mas sua prática é bastante simples, divertida e estimulante. Uma “Mídia Móvel SA” é um objeto artístico, geralmente elaborado a partir de reuso de sucata tecnológica, colaborativamente, que produz, reproduz ou capta informação. Nesta oficina, você aprenderá a construir mimoSAs-Grio: cineminhas que juntam técnicas analógicas dos primórdios da produção de imagens em movimento, e as novíssimas tecnologias de transmissão e compartilhamento de vídeo pela internet, num espaço público onde o aprendizado coletivo, cultural, tecnológico e social é incentivado. Pré-requisitos? Curiosidade e disposição!

Oficineiros: Alissa Gottfried (@louvadeusa) é arteducadora popular conectiva da editora Ecoaecoa. Felipe Nunes é arteducador da Ecoaecoa.

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14h às 18h – Obra de arte com lixo eletrônico

Venha produzir uma escultura colaborativa! Sob incentivo de Glauco Paiva, artista plástico que trabalha as questões sociais ligadas ao consumo das tecnologias e através do descarte de eletrônicos, ou e-lixos, estudantes, designers, artistas, hackers e curios@s estão convidados a experimentar e propor mais formas criativas para a reutilização destes materiais. Um ateliê aberto para soltar a imaginação e desconstruir, literalemente, máquinas que muitas vezes são verdadeiras caixas pretas, de tão enigmáticas,para nós.

Oficineiros: Glauco Paiva – @glaupaiva

Artista e ativista, trabalha as questões sociais ligadas ao uso das tecnologias e ao consumo. Suas obras, que misturam temas como arte, tecnologia e descarte criativo, estão espalhadas por diversos locais no Brasil e no exterior. Tem como principais parceiros os coletivos digitais MetaReciclagem, Lixo Eletrônico, e o Desvio.



Dia 26


14h às 18h – Construa sua radioweb!

Saiba tudo o que você precisa para colocar sua rádio na rede! Do histórico das concessões de licenças de rádio, passando pela legislação e novas concepções surgidas depois da rádio digital, rádio livre, até a montagem de equipamentos.

Oficineiro: Thiago Novaes – Bacharel em Ciência Política (UNICAMP), coordenou em 2005 a implementação dos Pontos de Cultura Digital junto ao Ministério da Cultura, integrando a Coordenação do Projeto Casa Brasil em 2006. Trabalhou de 2002 a 2004 como pesquisador na Diretoria de TV Digital do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CPqD), responsável por serviços interativos e audiovisuais. Atua há 10 anos em pesquisa e implementação de rádios de baixa potência, tendo publicado traduções e artigos sobre o tema. Atualmente, cursa o doutorado em Antropologia pós-Social na UNICAMP, investigando a relação humano-técnica e os rumos que o direito autoral e a propriedade intelectual estão tomando neste começo deséculo XXI. Apresenta programa na Rádio Muda às terças-feiras, das 18h às 20h (escute o stream da rádio colando esse endereço no seu player: http://orelha2.radiolivre.org:8000/muda ).

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14h às 18h – Saiba tudo sobre WordPress

Nesta oficina, você vai aprender a customizar o seu blog e a conhecer melhor o WordPress, o gerenciador de conteúdos web que já supera 60 milhões de usuários no mundo. Entenda porque ele é tão popular, e como fazer dessa ferramenta um aliado para divulgar suas bandeiras na internet. A instalação e configuração, criação de páginas, posts, categorias e links, temas e plugins e estratégias de publicação e divulgação estão entre os temas abordados.

Oficineira: Tatiane Pires - @tatianepires
Programadora, blogueira e mais mil coisas, apoia o software livre, a neutralidade da rede, a regulamentação da comunicação, a reforma política. E entende de WordPress.

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14h às 18h – Seja um repórter multimídia com seu smartphone!

Com a popularização dos celulares conectados à rede, o furo de reportagem está ao alcance do cidadão. Se você tem interesse em ser um comunicador na rede ou já é e quer se aperfeiçoar, venha conhecer as potencialidades da cobertura webjornalística móvel. Do contexto da conectividade no Brasil, passando pela infraestrutura necessária para que tudo seja realizado in loco, fique por dentro da experiência prática de conectar os equipamentos às plataformas de produção de conteúdo existentes, como wordpress, twitter qik, e descubra quais outros equipamentos podem ser úteis nessa tarefa.

Oficineiros: Emerson Luis - @emerluis

Profissional de comunicação oriundi de rádio, TV e migrado para aInternet há 13 anos, tem os dois pés na democracia da comunicação desde os 17 anos de idade, quando empostou sua forte voz num transmissor de FM pelos ares de São Paulo na segunda fase do movimento de rádios livres em 1989. Ativista do Software Livre, atualmente escreve aqui.

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14h às 18h – Robótica livre

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14h às 18h – Crie uma mimoSA (Mídias Móveis SA)

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14h às 18h – Obra de arte com lixo eletrônico



Dia 27


14h às 18h -Ferramentas digitais para ocupações

A possibilidade de mobilizar pessoas através da internet tem sido um grande trunfo nas recentes revoluções e reivindicações dos direitos por parte dos cidadões no mundo todo. Do 15M espanhol à Primavera Árabe, conheça ferramentas inovadoras, criadas especialmente para os movimentos, além de novos usos das ferramentas já existentes impulsionadas por esses eventos. Twettometro, bibliotecas comunitárias virtuais, plataformas de crowdfunding, e os interessantes usos dados wikis, trendingtopics, hashtags de twitter, plataformas de envio de mails, whatsapp, de ativismo com realidade aumentada, serão mostradas com suas aplicações práticas, no mundo real.

Oficineiro:Bernardo Gutiérrez (Espanha/Brasil) - @bernardosampa

Jornalista, cronista e fotógrafo, participou da fundação do jornal 20 Minutos, em Madrid e Barcelona, e nos últimos 10 anos, teve sua carreira/vida ligada à América Latina. Está atento aos novos movimentos sociais articulados pelas novas redes e mídias sociais.

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14h às 18h – Edição gráfica livre

Quer criar efeitos em textos e logotipos, produzir efeitos de iluminação e sombra, e ideias para criação de efeitos especiais? Aprenda a transformar sua ideia em arte gráfica. Aqui você conhece as noções essenciais para a edição de imagens usando ferramentas livres (Gimp e Inskape), aprendendo desde como melhorar suas fotos digitais até a elaboração de um cartaz promocional ou uma imagem animada gif com stopmotion. Serão trabalhados conceitos e prática de camadas; transparência com gama; bitmaps versus vetores; noções gráficas estéticas, além de dicas sobre compartilhamento (e como encontrar) de imagens em licenças Creative Commons.

Oficineiro: Felipe Cabral


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14h às 17h – Liberte sua música na rede

Pensar em estratégia de divulgação em redes sociais parece coisa de publicitário… E é! Mas esse publicitário também pode ser artista! Facebook, Twitter, Soundcloud, Jamendo, Ning, Onerpm, Twitter… quais as melhores ferramentas de compartilhamento? O que é monitoramento em mídias sociais e quais ferramentas usar? Quais as principais redes de relacionamento para artistas? Colaborativismo, crowdfunding, creative commons – o que é isso? Compartilhar gratuitamente sua música na web pode ser um bom negócio? O que é afinal música livre? Conheça as respostas (ou
engrosse o debate) para essas e outras perguntas nesta oficina.

Oficineira: DJ Allix.


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14h às 18h – Crie uma mimoSA (Mídias Móveis SA)

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14h às 18h – Obra de arte com lixo eletrônico

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14h às 18h – Robótica livreDia 28

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14h às 18 - Install Fest

Traga seu computador para passear na Casa de Cultura Mário Quintana e aproveite para instalar um Sistema Operacional Livre. Técnicos e usuários avançados vão orientá-lo passo-a-passo sobre como utilizar, ou mesmo como experimentar o GNU/Linux sem abrir mão de outro sistema operacional.O seu computador tá difícil de carregar? Isso também não é problema: é só pedir que rapidinho alguém providencia “um linux” pra você. E é de graça. Faz parte do ideal de compartilhamento da cultura livre. E se para você “Software Livre”, “Cultura Livre” e “Sistema Operacional” só

remetem a um balãozinho de interrogações, aproveite a oportunidade para conhecer mais sobre esses temas. O Ateliê Digital do Conexões Globais 2.0 é a nossa sala de estar, entre e tome um chimarrão conosco!

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14h às 18h – Edição de vídeo livre

Horas e horas de vídeo feitos com o seu celular (ou sua câmera tecpix?) que você nem sabe o que fazer? Aprenda a editá-los! Descubra as possibilidades da edição de vídeo com softwares opensource, usando como base o flexível software de edição KDEnlives e o software de conversão de formatos ffmpeg. Entre os conteúdo desta oficina estão: edição multipista, recorte, mutagem e colagem, clip com fotos + música, efeitos, transições e sobreposições.

Oficineiro: Felipe Cabral (Coletivo Digital)

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14 às 18h - Viralize-se! Estratégias para redes sociais

A internet democratizou não só o acesso ao conhecimento, mas também a divulgação e propagação de ideias e bandeiras de grupos e indivíduos que agora podem, de sua casa, compartilhar seus conteúdos, sejam manifestos, denúncias, produções artísticas ouprodutos, com todo o mundo. O que nem todo mundo sabe, é que o uso de instrumentos e ferramentas analíticas permitem maximizar presença na rede. Conheça essas ferramentas e também as especificidades, possibilidades e estratégias para acesso e divulgação de conteúdos nas redes sociais e viralize suas ideias!

Oficineira: Katia Furtado Yamada – @kafurtadoformada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é pós-graduanda em Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero, colaboradora do Coletivo Digital e Coordenadora de Mídias Sociais na agência Vert Social Media Intelligence.

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14h às 18h – Crie uma mimoSA (Mídias Móveis SA)


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14h às 18h – Obra de arte com lixo eletrônico


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14h às 18h – Robótica livre

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Ainda sem data definida:

Grafitte vivência e prática

Oficina que visa apresentar esta antiga arte das ruas, como uma referência na comunicação visual e expressão popular de nossa sociedade urbana, oferecendo um conteúdo precioso para futurosprofissionais de publicidadee design e outros
seguimentos.http://www.move.art.br/artist/trampo/

Oficineiro: Trampo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Amigos da Terra Brasil e Coletivo Catarse divulgam nota em resposta a ABAL

Em resposta à nota divulgada pela Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), sobre a reportagem “Indústria do alumínio: A floresta virada em pó“, realizada pelo Núcleo Amigos da Terra Brasil em parceria com a Cooperativa Catarse, segue o esclarecimento:

"O Núcleo Amigos da Terra Brasil e a Cooperativa Catarse – Coletivo de Comunicação, respectivamente, realizador e produtora da reportagem Indústria do Alumínio: A floresta virada em pó vem por meio desta nota manifestar a satisfação com a repercussão e o grande número de acessos à reportagem e contestar a tentativa de desqualificação que a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) apresentou aos leitores de Carta Maior, ao indicar como exageradas, infundadas e despropositadas as denúncias levantadas por nossa pesquisa de campo sobre a mineração de bauxita e a indústria do alumínio na Região Norte do País.

Apresentamos situações graves, fartamente documentadas e de caráter público – todas, inclusive, com repercussões judiciais e administrativas nas instâncias cabíveis, ou seja, com base na veracidade dos fatos -, e que, para nosso espanto, imaginávamos serem do conhecimento da ABAL.

Também nos impressionou a posição da Associação, porque consideramos nosso trabalho sem nenhum exagero, pelo contrário, temos a autocrítica de reconhecer que se trata de uma investigação com muitas limitações orçamentárias, de total boicote por parte das empresas e, por isso mesmo, que não conseguiu dar conta de todos os problemas que a cadeia produtiva do alumínio vem causando às comunidades tradicionais e aos trabalhadores das indústrias.

Nosso interesse seria ir muito mais a fundo nessa situação, mas procuramos, como fica claro para quem leu e assistiu à reportagem, que nosso trabalho pudesse acompanhar, ao menos, uma etapa do processo e, também, dar voz aos afetados, já que a grande imprensa silencia sobre todas as mazelas sociais e ambientais decorrentes da atuação dessas empresas na Amazônia, pois são elas mesmas grandes anunciantes em negócios de comunicação.

Porém, a resposta da Associação não nos parece de todo mal e serve como uma oportunidade para ampliarmos este debate e reiterarmos aos leitores de Carta Maior, e ao púbico em geral, a importância das situações que documentamos.

Outro esclarecimento que não podemos deixar de fazer: diferentemente do que a ABAL afirma em sua nota, as empresas que aparecem no vídeo foram contatadas e visitadas por nossa equipe e, como apontamos ao final do vídeo, nenhuma delas apresentou o mínimo interesse em esclarecer os fatos que havíamos registrados.

Fomos recebidos na sede da ALCOA, em Belém, em março deste ano, pelo Gerente de Sustentabilidade da empresa Fábio Abdala, que havia previamente aceitado gravar entrevista. Mas quando explicamos o trabalho que estava em andamento, o Gerente de Sustentabilidade desistiu de gravar entrevista e disse que não poderia responder às questões que fazíamos, pois não teria condições para tal, claramente constrangido, apenas nos levando até à maquete da mina em exposição no casarão centenário que abriga a sede da ALCOA, mostrando-nos todas as etapas que se realizam no município de Juruti. Além disso, Abdala não nos permitiu uma visita às instalações desta mina, nos informando que, como o projeto de instalação ainda não estava plenamente em execução, não seria possível a empresa liberar o local para a filmagem pretendida pela nossa equipe de reportagem – mesmo que neste momento a mina já estivesse em plena operação e que eles próprios já tenham permitido a entrada de outras equipes de filmagem no local.

Em Barcarena, fizemos uma visita, na mesma época, à planta industrial da ALBRAS. Nos obrigaram a preencher um cadastro de visita e a pesquisadora do Amigos da Terra Brasil-Brasil foi solicitada a deixar suas digitais no banco de dados da empresa. Já dentro da fábrica, fomos recebidos com muita alegria e simpatia por seus funcionários de relações públicas, assistimos a dois vídeos institucionais da empresa antes de conversarmos com Elena Brito, Gerente da Área de Relações Externas e Comunicação, que não aceitou a gravação de entrevistas (nem com a direção da empresa e, muito menos, com seus funcionários), não quis responder a nenhuma de nossas perguntas e somente nos liberou para fazermos uma visita guiada pelas instalações (sem autorização para filmar, percorrendo o circuito de dentro de um carro e, ao solicitarmos, então, o vídeo institucional para que pudéssemos, ao menos, utilizarmos as imagens em nosso trabalho, recebemos um monossilábico não).

Esperamos que a ABAL possa verificar essas informações com as respectivas empresas e informar melhor os leitores quando vem a público expor suas considerações sobre trabalhos jornalísticos e pesquisas sérias, comprometidos com o bem público, a valorização dos direitos humanos e a defesa ecológica no uso dos recursos naturais deste País.

Sobre a relação das empresas com as comunidades locais e a “realidade promissora” propagada pela ABAL, de que tanto se vangloria em dados estatísticos, cifras milionárias e índices generalistas, gostaríamos de disponibilizar, a quem interessar, todo o material audiovisual que registramos para a realização deste trabalho, que não busca se ater a planilhas ou pesquisas, mas chegar até onde estão ocorrendo os problemas, olhar nos olhos de quem passa pelas situações de dificuldades e procurar entender o modo de vida destas pessoas e como ele se perdeu para os propalados “progresso”e “desenvolvimento”. São mais de 15 horas de entrevistas e imagens de campo, que extrapolam em muito as informações que acabaram entrando no vídeo final de 35 minutos.

Esse material foi solicitado pelo projeto Reduse, um projeto realizado em parceria entre as organizações Global 2000, Sustainable Europe Research Institute, Friends of the Earth Europe e grupos nacionais da federação Amigos da Terra Internacional do Brasil, Camarões, Chile, Togo, Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte, Republica Checa, França, Itália e Hungria, com o objetivo de conscientizar a população planetária sobre a quantidade de recursos naturais consumidos na Europa, as conseqüências negativas do super consumo para as sociedades, e os prejuízos para o ambiente no Sul Global (www.reduse.org)".

Quilombolas denunciam Marinha Brasileira

Este vídeo mostra que a Marinha do Brasil deflagrou guerra a um grupo de famílias negras descendentes de escravos que vivem na Baía de Aratu desde antes da chegada da marinha. As famílias vivem sob regime de tensão e violência, aterrorizadas, garantem que passam a noite acordadas com medo de morrer e têm medo de sair pois quando voltam podem encontrar suas casas derrubadas.



Notícia publicada no portal Geledés Instituto da Mulher Negra.