quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Se alguém for preso tu morre!"

Denunciamos aqui no blog, há duas semanas, a ameaça de morte feita contra o advogado Onir Araújo, por sua atuação na defesa do jovem Hélder Santos, que precisou deixar o estado do RS após denunciar policiais em Jaguarão.

Hoje Onir recebeu novas ameaças:


"Ilmo. Sr. Dr. Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul.

Repasso, para conhecimento de Vossa Senhoria, carta recebida hoje em meu escritório em Porto Alegre, onde são reiteradas as ameaças de morte em decorrência de minha atuação, não só como profissional, mas, também, como integrante do Movimento Social Negro na defesa dos Direitos Territoriais étnicos e contra o racismo, em especial no que se refere ao caso do estudante Helder Santos, vítima de violência policial em Jaguarão, neste Estado, caso já de conhecimento de V. Senhoria e da Secretaria de Segurança. A Carta em si revela que é necessário que se leve a sério as solicitações feitas, anteriormente, de prisão preventiva dos militares envolvidos no episódio, bem como, que o Estado do Rio Grande do Sul se empenhe, efetivamente, em tomar as providências cabíveis, para que se estirpe da Corporação esses maus policiais, sob pena de todos nos tornarmos refens de um grupo que usurpa e deturpa o princípio Constitucional de Segurança Pública dos Cidadãos e do Estado Democrático de Direito.

Não me calarei e reitero que o que possa acontecer a mim ou familiares meus é de responsabilidade do Estado, pois, sem sombra de dúvida, as ameaças estão partindo de pessoas da Corporação retro citada.

Sem mais para o momento.
No aguardo de providências urgentes.

Onir de Araujo
GT-QUILOMBOLA MNU-RS"

Paulo Montiel - Artista da Vida, da Vila Jardim

Uma manhã e uma tarde catalogando a obra de Paulo Montiel, artista plástico residente do Ponto de Cultura Ventre Livre. Um dia de muita arte, viagens pelo passado, cultura afrobrasileira, imagem e histórias no ponto de cultura. Mais fotos no blog: pontodeculturaventrelivre.blogspot.com



terça-feira, 28 de junho de 2011

Jornada Continental de Solidaridad con Honduras

Transmissão ao vivo as 20h direto do Comitê Latino Americano

Watch live streaming video from catarsetv at livestream.com


Comitê Latino Americano
Rua Vieira de Castro, 133
comitelatinoamericano.blogspot.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Nova Vila Dique: "Saímos da merda para a bosta seca"

É dramática a situação atual das famílias removidas da antiga Vila Dique, em virtude das obras de duplicação da pista do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A obra está no pacote para que a cidade receba dois ou três jogos da Copa do Mundo de 2014.

No vídeo, os moradores mostram a nova Vila Dique (onde as famílias estão sendo reassentadas). Falta creche, escola, posto de saúde, trabalho. As casas são péssimas. Na entrevista, o morador Gilberto pergunta se pode falar um palavrão, e depois esclarece: "A gente estava patinando na merda lá, agora nós estamos patinando na bosta seca aqui."

Vídeo produzido pelo GT de Comunicação dos comitês populares da Copa de 2014:

Jornada Continental de Solidariedade com Honduras

28 de junio, martes, en el Comité Latino Americano

19h: documentário Honduras - Semillas de Libertad
a partir das 20h: apresentação musical e debate

Entrada libre!

Esta atividade será transmitida a partir das 20h - horário oficial do Brasil - via internet através dos bogs do Comite Latino Americano e do Coletivo Catarse.

Importante: o bar do Comitê abrirá somente após o término das atividades.

Comitê Latino Americano
Rua Vieira de Castro, 133 (quase esquina com Venâncio Aires)
(51) 3207.8733 - 8470.7377
Porto Alegre - RS/Brasil
comitelatinoamericano.blogspot.com

sábado, 25 de junho de 2011

Chocolatão: Manda quem pode, obedece quem precisa?



As imagens e entrevistas foram produzidas em parceria pelo Grupo de Assessoria Justiça Popular – GAJUP, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Setor de Assessoria Jurídica Universitária - SAJU e Coletivo Catarse, mas a edição da matéria é da própria TV Brasil, a partir do material que fornecemos.


Você pode saber mais sobre a remoção da vila Chocolatão em outras postagens que já fizemos:

Vila Chocolatão às vésperas da remoção

VILA DO CHOCOLATÃO: Direito ao Direito de escolha.

Irregularidades seguem na remoção da Vila Chocolatão.


Mais sobre como as obras da Copa desrespeitam direitos humanos? Acesse A Copa passa por aqui...

Mensagem dos hackers que invadiram os sites do Governo brasileiro

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ação integrada Bataclã FC, Coletivo Catarse/Ventre Livre e Quilombo do Sopapo

Aconteceu hoje, no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, ensaio da Bataclã FC que marca uma articulação da banda, premiada com o selo Cultura Viva recentemente, com o Quilombo e o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura Ventre Livre.

Saiba mais clicando aqui.

IBGE HACKEADO

O site do IBGE foi alvo de hackers e ficou fora do ar nesta sexta-feira, em mais uma ação desse tipo contra sites do governo brasileiro na Internet. A página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Internet aparecia desde a madrugada com o título "IBGE Hackeado - Fail Shell". Logo abaixo, foi publicada uma imagem de um olho humano, nas cores da bandeira nacional e com a inscrição "Ordem e Progresso". A página apresentava ainda uma mensagem dizendo que este mês o governo "vivenciará o maior número de ataques de natureza virtual na sua história feito pelo Fail Shell".

Segundo o texto, esses ataques são uma forma de protesto "de um grupo nacionalista que deseja fazer do Brasil um país melhor". Havia ainda uma observação em relação a importantes grupos de hackers, como LulzSec e Anonymous, ressaltando que no Brasil "não há espaço para grupos sem ideologia".

Ainda pela manhã, a página do IBGE na Internet ficou inacessível, e as mensagens foram retiradas. "O site do IBGE sofreu uma invasão na madrugada e agora decidimos retirá-lo do ar para uma análise melhor pela diretoria de informática", afirmou a chefe de comunicação do instituto, Sílvia Maia. Segundo ela, o banco de dados do IBGE não foi afetado.

Na quinta-feira, o site da Presidência, que hospeda informações que são públicas e não sigilosas, sofreu "acessos simultâneos" que tiraram o portal do ar. Segundo uma porta-voz do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a ação não foi para roubar dados.A Presidência informou que foram feitos serviços de manutenção em alguns sites do governo para deixá-los mais seguros contra acessos de hackers.

O grupo de hackers denominado LulzSecBrazil afirmou no microblog Twitter na quinta que copiou dados protegidos no site do ministério, mostrando supostas diferenças entre contribuições e recebimentos de dinheiro do governo federal em Estados que serão sede dos jogos da Copa do Mundo, em 2014.
Além disso, o grupo divulgou dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

O mesmo grupo reivindicou na quarta-feira a autoria de um ataque ao site da Petrobras, que ficou fora do ar. O grupo também tentou invadir, sem sucesso, o site da Presidência e da Receita Federal, segundo o governo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Manifestação de Estudantes PUC-RS

No último dia 16 de junho dezenas de estudantes da Pontificia Universidade Católica (PUC) do RS fizeram uma manifestação no campus da universidade. Contrários ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) que mantém a mesma corrente partidária a frente da entidade há mais de 20 anos, os estudantes reuniram-se para manifestar repúdio e indignação contras os membros que formam o DCE e são acusados de fraudar eleições e agir com violência contra os opositores há anos dentro do campus. Questiona-se também, a conivência da universidade com as corrupções do DCE. Assista abaixo vídeo produzido pelo Coletivo Catarse.

Ruralistas matam dois por semana, mas o MST é que é violento?



Cuidado com essa gente violenta

Mais de 1600 assassinatos de lideranças ou militantes camponeses nos últimos 25 anos.

Em média, mais de um por semana.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Só nas últimas três semanas, seis mortes na Amazônia.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

No último fim de semana, arrombamento da sede da CPT do Maranhão.

E o MST é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Duas semanas atrás, um líder quilombola, também no meu Maranhão querido, sofreu atentado a bala em sua casa.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Centenas de militantes e defensores de direitos humanos sofrem com ameaças de policiais, pistoleiros e da própria Justiça, como o advogado José Batista Gonçalves, condenado por fazer o seu trabalho de assessoria jurídica e tentar evitar conflitos que levassem pessoas à morte.

No 24 de maio passado, enquanto Sarney Filho anunciava com pesar o assassinato de José Cláudio, na tribuna da Câmara, os agroboys da Kátia Rebelo e do Aldo Abreu vaiavam nas galerias.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical” porque derruba pés de laranja.

Só no Pará, mais de 900 trabalhadores rurais ou apoiadores da luta campesina foram assassinados nos últimos 30 anos.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Em Pernambuco ou no Rio Grande do Sul, a Polícia Militar intimida (com bombas, sirenes e tiros), prende, espanca e tortura. Ou, simplesmente, executa. Como no Massacre do Eldorado dos Carajás.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Os movimentos propõem limite para latifúndios (existentes em muitos países “mudernos”) e atualização de índices de produtividade (defasados “apenas” em três décadas e meia) e o sabujo do Bóris Casoy lê editorial dizendo que a propriedade e o Estado de Direitos estão ameaçados no Brasil.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Tipo em Coqueiros, no Rio Grande do Sul, onde uma única fazenda ocupa 30% do município e gera 6 empregos, aí o MST ocupou várias vezes…

E é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

A PEC que expropria terras onde existir trabalho escravo mofa há mais de década no Congresso Nacional, mas o Código da Motosserra que envergonha o Brasil no exterior é aprovado com folga em dois anos.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Mais de cinco mil pessoas de entidades e movimentos sociais que não aceitam a lei do latifúndio vivem e dormem com um ou dois olhos abertos, atentos a um tiro certeiro como bala que já cheira sangue.

E “os sem terra” é “violento”, “fora da lei”, “radical”.

Sem falar na ultra-esquerda (que, muitas vezes, fala para o próprio umbigo e para as paredes) que acusa o MST de ser governista ou recuado demais.

Publicado no site Pragmatismo Político.

Número de homicídios entre negros é o dobro que entre brancos

O número de negros assassinados no Brasil é duas vezes maior do que o de brancos, apesar de cada grupo representar cerca de metade da população do país. A constatação é de um levantamento feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) referentes a 2006 e 2007.

Nesses dois anos, 59.896 negros foram assassinados. Entre os brancos, o número foi de 29.892. A diferença entre o número de homicídios de negros e brancos é maior entre as crianças e jovens de 10 a 24 anos. Entre os maiores de 40 anos, o número de homicídios é quase o mesmo nos dois grupos.

Segundo o coordenador do laboratório, Marcelo Paixão, os números mostram que os negros estão sujeitos a uma exposição maior de risco que os brancos, em várias partes do país. “Isso é determinado por razões que são sociais, ou seja, pelo modo de inserção das pessoas no interior da sociedade, e que fazem com que elas tenham maiores probabilidades de virem a sofrer um atentado violento contra suas vidas ao longo de seu ciclo de vida”, explicou.
Um dos fatores sociais que poderia explicar esse risco maior é o local de moradia, já que muitos negros moram em áreas mais violentas, como as favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo ou de Pernambuco.

Além disso, de acordo com Paixão, há pesquisas que mostram que a letalidade policial - a morte provocada por policiais - é maior entre os negros do que entre os brancos. Um terceiro fator seria a baixa auto-estima da juventude negra que vive em áreas pobres e que não vê alternativas para a sua vida, e que, por isso, teria mais probabilidades de se envolver em situações de risco.

A maior desigualdade entre homicídios de brancos e negros é encontrada na região Nordeste. Enquanto a relação populacional da região é de 2,4 negros para cada branco, a relação de mortes é de 10 negros para cada branco. Já a região Sul é a única do país onde essa tendência não é sentida, visto que a relação populacional e a relação de homicídios por cor é igual: 0,2 negro para cada branco.

fonte: Agência Brasil

sábado, 18 de junho de 2011

CUMPRA-SE A SENTENÇA INTEIRA

Por Anivaldo Padilha, Marcelo Zelic, Roberto Monte e Vicente Roig*

O estado brasileiro publicou no site da Secretaria de Direitos Humanos comunicado informando que efetuou a publicação no Diário Oficial e no jornal O Globo dia 15/06 da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o caso Julia Gomes Lund e outros.

Diz a nota da Ministra:

“Publicar o resumo dessa sentença é parte do cumprimento do Estado brasileiro em relação ao que foi decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Dentre os aspectos emblemáticos da sentença destaca-se a necessidade de continuar as buscas para identificar e entregar os restos mortais dos desaparecidos políticos aos seus familiares; oferecer tratamento médico, psicológico e psiquiátrico para as vítimas que requeiram e, sistematizar as informações sobre a Guerrilha e demais violações ocorridas durante o regime militar no Brasil.”

De fato, é parte do cumprimento da sentença dar ciência à população brasileira dos termos da condenação do Brasil pelos fatos ocorridos na Guerrilha do Araguaia, cumprir o prazo de divulgação, mesmo que no último dia, sinaliza desejo de cumprimento, mas destacar como emblemático somente as buscas aos desaparecidos, é reduzir a abrangência da condenação que o Brasil sofreu na Corte.

É necessário que o país cumpra a sentença INTEIRA. A apuração dos fatos e a responsabilização dos culpados pelos assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados, entendidos na jusrisprudência da Corte Interamericana como crimes de lesa-humanidade, TAMBÉM TEM DE SER cumprida pelo Estado.

Estamos no meio do ano e para cumprir a sentença é preciso remover os obstáculos que impedem a apuração e a responsabilização dos autores destes crimes julgados na Corte, ou seja, reorientar o judiciário brasileiro sobre a interpretação da Lei de Anistia, possibilitando aos atingidos e ao Ministério Público Federal abrirem processos e para isso a posição da AGU vai na contra-mão das intenções sinalizadas pela Ministra Maria do Rosário em seu comunicado.

No capítulo XI da sentença, que trata sobre as reparações esperadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, temos que o estado Brasileiro tem a obrigação de investigar os fatos e se for o caso punir. Desta forma o posicionamento da AGU reafirmando a prevalência da decisão do STF frente aos tratados internacionais, incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, é uma afronta à Corte e aos cidadãos brasileiros.

Não se cumprem sentenças condenatórias pela metade, não se escolhe o que cumprir e o que não cumprir de uma condenação.

PELO RESPEITO AOS TRATADOS INTERNACIONAIS PRESENTES EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO.
PELA REVISÃO DA DECISÃO DA ADPF 153 PELO STF.

PELA ALTERAÇÃO DA LEI DE ANISTIA E APROVAÇÃO DO PL DA DEPUTADA FEDERAL LUIZA ERUNDINA.

PELO FIM DO SIGILO ETERNO.

O não cumprimento integral da sentença, diminue o esforço pela criação da Comissão da Verdade. Discutirmos sua criação e silenciarmos frente a revisão da ADPF 153 traz insegurança jurídica para o avanço dos direitos humanos no Brasil e nega-se a justiça.

Sabemos do compromisso da Ministra Maria do Rosário com o direito à verdade e a justiça, mas é impensável para os defensores de direitos humanos que o Governo de nossa presidenta Dilma Rousseff insista em remar contra a corrente da evolução dos direitos humanos e da luta contra os crimes de lesa-humanidade no continente e procure esconder em baixo do tapete a impunidade que tanto tem prejudicado nosso país!

Para os que desejarem consultar os termos da condenação do Brasil vejam a partir das páginas apontadas abaixo.

XI. REPARAÇÕES 245
A. Parte Lesionada 251
B. Obrigações de investigar os fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis, e de determinar o paradeiro das vítimas 253
C. Outras medidas de reabilitação, satisfação e garantias de não repetição 264
D. Indenizações, custas e gastos 298

Leia aqui a íntegra da sentença:
http://www.direitoshumanos.gov.br/sobre/sistemasint/lund.pdf

Abraços.

*Anivaldo Padilha
Ex-preso político
Membro da Igreja Metodista e associado de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço

Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória

Roberto Monte
Coordenador da Rede de Direitos Humanos e Cultura – DHNet
Coordenador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular do Rio Grande do Norte

Vicente Roig
Advogado
Ex-preso político
Vice-Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Secretário Geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/06/17/presidenta-o-pai-do-padilha-fez-o-gurgel-tremer-anistiar-quem/

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Advogado do estudante que denunciou brigadianos por racismo está ameaçado

Em uma entrevista à Catarse, Onir de Araújo, advogado do estudante Hélder Santos que veio da Bahia para estudar história em Jaguarão - RS, também está sofrendo ameaças devido as denúncias de violência policial e racismo feitas pelo jovem em março deste ano. As denúncias geraram um inquérito militar e o afastamento dos brigadianos envolvidos. Desde então, várias pessoas, inclusive o advogado, estão sofrendo ameaças que, segundo as vítimas, partiram dos brigadianos. Assista a reportagem do Coletivo Catarse.

Vestir com sabedoria: Helen Rödel - Estudos MMXI

Helen Rödel - Estudos MMXI from Aura on Vimeo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Zero Hora está com a Reitoria da PUCRS e o MP, conivente com máfia no DCE

Quando estudamos na PUC, muitos de nós hoje na Catarse, acompanhamos de perto as eleições fraudadas para o DCE ano após ano. Se sabia das eleições no dia em que aconteceriam, ou depois que já havia sido feita quase sob sigilo, para se perpetuarem na direção meia dúzia de estudantes corruptos e que nunca fizeram absolutamente nada pelos estudantes da universidade. Parece que isso sempre foi interessante à direção da PUC, porque sabia das denúnicias de irregularidades e se omitia. A mídia corporativa sempre tratou como uma desavença entre estudantes. Talvez nunca tenha feito uma reportagem séria sobre o assunto. Também não é de seu interesse. Já se passaram 10 anos desde que saímos de lá, mas sobre isso nada mudou:

publicado no site do Jornalismo B:

*NOTA DOS BLOGUEIROS DE ESQUERDA (EBLOG) EM APOIO AOS ESTUDANTES DA PUCRS

O grupo dos Eblog – Blogueiros de Esquerda – apoia os estudantes combativos da PUCRS e repudia veementemente as agressões desferidas pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) dessa universidade há mais de 20 anos. As agressões – físicas ou não – se repetem ano após ano, a cada eleição fraudada, ameaça ou via de fato, e a Reitoria da PUCRS, vergonhosamente, se omite, assim como o Ministério Público, deixando à própria sorte milhares de estudantes de uma das universidades mais importantes do país, mas que não consegue sequer garantir aos próprios alunos a segurança e o direito à democracia interna. Dessa forma, repudiamos não apenas as ações do DCE, mas as omissões dos diversos órgãos que deveriam proteger a liberdade dos estudantes contra uma máfia instalada desde a década de 1990. Ao mesmo tempo, manifestamos nosso apoio e solidariedade não apenas aos estudantes da PUCRS envolvidos nos recentes protestos, mas a todos os agentes e entidades sociais presentes nessa importante luta democrática, e os convidamos a usar nossos espaços da mídia independente e popular para publicizar e defender suas demandas.

Eblog – Blogueiros de Esquerda

Alexandre Haubrich – www.jornalismob.wordpress.com
Lucas Morais – www.diarioliberdade.org
Thiago Miranda dos Santos Moreira – www.ruminantia.wordpress.com
Luka – www.bdbrasil.org
Renata Lins – www.chopinhofeminino.blogspot.com
Gilson Moura Henrique Junior – www.tranversaldotempo.blogspot.com
André Raboni – www.acertodecontas.blog.br
Rodrigo Cardia – www.caouivador.wordpress.com
Niara de Oliveira – www.pimentacomlimao.wordpress.com
Mayara Melo – www.mayroses.wordpress.com

***

Há 20 anos o DCE da PUCRS é comandado pelo mesmo grupo, os indícios de fraudes nas eleições são gritantes, a cada pleito se repetem ameaças a estudantes, e já há até denúncias de lavagem de dinheiro e de envolvimento da “máfia do DCE” em uma execução. Em todo esse tempo, o grupo que controla as comunicações no Rio Grande do Sul esteve calado. Na noite da última segunda-feira, durante protestos contra o DCE que vinham acontecendo há uma semana, integrantes do Diretório agrediram fisicamente duas garotas, sob o olhar dos seguranças da universidade. Então, nesta terça, Zero Hora resolveu publicar uma matéria sobre o assunto. Mas continuou calada.

Desde a chamada na capa já começam as distorções sobre o que ocorreu – e está amplamente divulgado em diversos blogs, perfis no Twitter e no Facebook e até vídeos postados no Youtube. “BM contém novo confronto entre estudantes na PUC” é a chamada, com a linha de apoio falando em “briga entre alunos contrários e favoráveis à direção do DCE”. O foco não poderia ser a BM, mas as agressões. Não houve “confronto entre estudantes”, como se estivessem todos no mesmo nível, o que houve foram agressões de integrantes de um grupo que controla o DCE há 20 anos a estudantes. E não eram “contrários e favoráveis à direção do DCE”, era a própria direção do DCE agredindo estudantes favoráveis a eleições livres.



Na página 35, novamente o título foca na ação da BM e fala em “briga de estudantes”, quase como se fosse um empurra-empurra na hora do recreio em uma escola de Ensino Fundamental. Não é. Logo no primeiro parágrafo, “disputa estudantil que se arrasta desde a semana passada”. Não. Se arrasta há 20 anos, ainda que Zero Hora venha ignorando o tema desde sempre. Depois, “No cerne do conflito (…) estaria a eleição para definir os representantes para um congresso da UNE, em Goiânia”. Ainda que esse tenha sido o estopim, “no cerne do conflito” está o mar de lama onde nada o DCE da PUCRS, com a conivência da universidade e do Ministério Público.

O texto principal tem cinco parágrafos que não dizem nada sobre a realidade do DCE da PUCRS. No canto, há ainda um quadro “Entenda o caso”, que não explica nada. Entre o texto principal e o tal quadro, uma retranca: “Protestos já causaram até bloqueio de avenida”, se escandaliza Zero Hora tentando escandalizar o leitor e colocá-lo contra mais um protesto desses baderneiros que trancam o trânsito.

Por outro lado, o site do Correio do Povo colocava no ar já ontem à noite depoimentos de uma das garotas agredidas dentro das dependências da PUCRS e de um membro da diretoria do DCE.

* Mais informações no blog do Movimento 89 de Junho, que coordena os protestos por liberdade e democracia no DCE da PUCRS.

Doe vida!

Um dos projetos do Coletivo Catarse é o Ponto de Cultura Ventre Livre.
Dentre as várias atividades realizadas na Vila Jardim, um bairro cheio de contrastes sociais em Porto Alegre, há as Oficinas de Produção Audiovisual - com enfoque na relação saúde e cultura, principalmente voltado aos trabalhadores da rede de atendimento das unidades básicas de saúde do bairro.
Além de aprender as teorias da construção da imagem em movimento, estes profissionais são estimuilados a produzir.
Aqui embaixo um resultado dessas oficinas, um vídeo de estímulo à doação de medula, realizado inspirado na luta de Matheus Cony, também oficinando do ponto de cultura e um jovem que está travando uma dura batalha contra a leucemia.


Conscientize-se, ajude a difundir esta ideia.
Doe e compartilhe o vídeo!

domingo, 12 de junho de 2011

Mbyá Guarani - Santa Maria/RS

NOTA DE FALECIMENTO, TRISTEZA E INDIGNAÇÃO.
Higienização e genocídio praticado no município de Santa Maria, à luz da teoria lúgubre de Malthus.

Morreu ontem de noite no hospital universitário de Santa Maria o filho do Pajé do Acampamento Indígena Mbyá Guarani do Arenal, Marcelino Martins.
A criança de apenas dois dias e sua mãe Suzana Benites tiveram que ser internadas no sábado, após passarem mal no acampamento em conseqüência do agravamento da saúde provocado pelo parto sem condições e pela pneumonia da mãe e do filho.
O parto precoce foi provocado pela tosse e a febre da mãe que estava com pneumonia, a criança já nasceu com a mesma doença e por pouco não morre antes, o que provavelmente ocasionaria o óbito da genitora, também.
 O mais chocante de tudo isso, é que a mãe entrou em trabalho de parto sozinha, debaixo de um barraco de lona preta, em uma das noites mais frias do ano, sem água, sem luz, sem médico, sem parteira, com pneumonia, com febre, sem nunca ter acesso a atendimento ou qualquer outro serviço médico específico que possui por ser indígena.
E mais “Bizarro” de tudo isso, já que se ultrapassou o conceito de “palhaçada”, pois agora temos uma criança morta, um pai desesperado e triste e uma mãe no Centro de Tratamento Intensivo do hospital de Caridade, é que esse povo guerreiro que forjou a identidade sulina;
Apesar de viver de forma constante há mais de 1.500 anos nessa região;
Apesar de ter sido responsável pela fundação e viabilização da cidade na primeira metade do século XIX;
Apesar de viver no acampamento do Arenal a mais de 20 anos na mesma situação;
Apesar de já ter convocado, através do MPF, todos os órgãos responsáveis pelo atendimento de seus direito para uma assembléia popular onde entregaram suas reivindicações históricas;
Apesar de esses órgãos terem se comprometidos diante do Promotor Público senhor Harold Hoppe em atender as demandas emergenciais da comunidade;
A mais de um mês nada acontece!
E essa população continua sem as mínimas condições humanas de viver no local onde vivem, continua tendo o seu acesso aos direitos universais mais elementares como, Educação, Saúde, Água, Luz, Moradia, etc; dificultados e na maioria das vezes negado pela sociedade local que os considera invisíveis.

Enquanto isso... o Ministério Público que era quem, por força constitucional, deveria estar protegendo essa comunidade, apenas solicita informações, protela as decisões que deveriam ser tomadas, preocupa-se em desqualificar grupos como o GAPIN, centra sua ação em torno de discussões vazia como as que faz em relação ao que é artesanato indígena?, Se eles podem vender bijuteria no centro... etc.;
.... a Prefeitura Municipal, a FUNAI, a SESAI o Governo do Estado etc. e etc., além de soluções paliativas, apenas discutem de quem são as responsabilidades ou cobram informações uns dos outros e não se entendem, não tem uma política, não possuem um planejamento de suas ações e sequer possuem um cadastro atualizado da população que mora no local.
A única política de Estado, que se percebe na cidade de Santa Maria, há vinte anos no mínimo, em relação aos povos indígenas é a Malthusiana. Fundamentada na teoria lúgubre de Malthus.
“Para eliminar-se uma comunidade não precisa bombardeá-la, basta lhes tirarmos, direitos básicos como saneamento, saúde, água, luz, etc., e deixarmos que a natureza se encarregue do resto”.
Isso é uma política clara de genocídio. Não é admissível que até agora não foi possível construir nem que fosse uma casa de madeira apenas, ou que não tenhamos ainda um agente de saúde indígena  na comunidade, por exemplo.
O que significa deixar uma população sabidamente com problemas nutricionais debaixo de lona com esse frio, sem água potável, sem luz, sem saneamento, sem acompanhamento adequado de uma equipe de saúde capacitada?
O resultado foi rápido: duas crianças internadas com quadro grave de pneumonia e uma morte, além da mãe que continua na CTI do hospital, isso em apenas quarenta dias, ou seja, a política esta sendo aplicada com total sucesso. 

GAPIN - Grupo de Apoio aos Povos Indígenas

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Aniversário de 104 anos é notícia?

Com certeza!
Ponto de Cultura Ventre Livre/Coletivo Catarse esteve presente na ação dos profissionais da Unidade Básica de Saúde Barão de Bagé, na Vila Jardim, Porto Alegre, comemorando e registrando os 104 anos da Vó Tonica.
Negra, mulher, descendente de pessoas escravizadas, ainda viva para contar a sua história.


- clique aqui para ver mais fotos

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pra fazer uma rádio comunitária


Mais em Levante Popular da Juventude.

A luta dos quilombolas de Morro Alto - RS

No litoral do Rio Grande do Sul, famílias quilombolas lutam para ter a titulação de suas terras. É a comunidade de Morro Alto, que fica há cem quilômetros da capital Porto Alegre. Além da luta pelo direito das terras, os quilombolas querem uma indenização do Estado Brasileiro. Isso porque uma rodovia federal foi construída dentro da área que eles reivindicam. Este é o nosso Outro Olhar de hoje. Assista a reportagem do Coletivo Catarse.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

1° Encontro de Negras e Negros da UFRGS


1° Encontro de Negras e Negros da UFRGS

Sexta Feira (10/06)
Local: Auditório da FACED

18hs- Atividade Cultural

19hs-Mesa: “A Luta histórica pela emancipação das negras e dos negros no Brasil e os desafios da atualidade.”
Professor Mario Maestri
Onir de Araújo
DCE
Quilombo Raça e Classe da CSP-Conlutas
DCE/UFPEL

Sábado(11/05)
Local: Auditório da FACED

9HS- Mesa: "Debatendo as cotas Raciais, por uma UFRGS Pública e Popular"
ANDES-SN
ASSUFRGS
DCE
DEDS

das 13:30 as 16hs- GD's
Mulheres
Juventude
Saúde
Educação
Cultura

17hs- Plenária Final

20hs- Margem Abandonada Medeamaterial - Levanta Favela

Pesquisadora da UFRJ aponta relação entre coronelismo midiático e agronegócio

Para a pesquisadora da UFRJ Suzy dos Santos o modelo midiático passa por crise, mas tem mecanismos de perpetuação.

Dois temas emergiram na agenda nacional nos últimos dias: a lista de políticos sob posse de outorgas de radiodifusão e o embates agrários permeados pelo novo Código Florestal e assassinatos de ambientalistas no Pará. Tratados de forma separada pelo noticiário tradicional, ambos apresentam relação direta segundo a pesquisadora da Pós Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ, Suzy dos Santos.

Ela cita a relação com a questão agrária como um dos caminhos para compreender como o coronelismo midiático se comporta e suas relações com o poder federal: “Essa similaridade não é coincidência. Se for olhar os bens declarados dos políticos donos de outorgas, verá que uma parcela expressiva também tem negócios rurais”.

O modo autoritário de exercer o poder dos radiodifusores e do agronegócio é exaltado por Santos: “Há um link mais complexo na questão do coronelismo que é esse do mandonismo, da histórica formação de guardas privadas e da atuação de grupos oligárquicos como poder supremo no interior do país”.

Um caso representativo para a avaliação de Suzy é o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE). Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, Eunício é radiodifusor em Corumbá, no estado de Goiás, onde declarou ter a maioria dos seus 81 imóveis rurais conforme indica o projeto Excelências da Ong Transparência Brasil.

Coronelismo e democracia

A pertinência do termo “coronelismo midiático” é defendida por Suzy a partir de uma avaliação histórica: “Se formos pensar em coronelismo como um sistema político, tal qual definido no campo da história nacional, é sistema característico de períodos de transição. O coronelismo ‘tradicional’ teve força na transição para a república e esse que chamamos de ‘eletrônico’ na transição para a democracia.”

O exemplo mais costumeiro para ilustrar este fenômeno na redemocratização esta entre 15 de março de 1985 a 05 de outubro de 1988, quando o então presidente José Sarney e o então Ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães distribuíram 91 outorgas de radiodifusão diretamente a deputados e senadores constituintes. Dos 559 constituintes, 146 parlamentares, ou 26,1% do total, eram controladores de empresas prestadoras desse tipo de serviço.

A partir destas referências Suzy descreve a construção do modelo do negócio da comunicação brasileira com base na relação de intimidade entre donos de meios e poder político, em especial numa relação de clientelismo com alto grau de reciprocidade. Para ela os emergentes religiosos costumam dar continuidade a tais práticas e cita como exemplo a rede Record: “Eles usaram a mesma estratégia da Rede Globo na política, e pior, os afiliados deles não traem de jeito nenhum”.

Além dos neopentecostais, Suzy cita novas estratégias de perpetuação do fenômeno como as dos meios comerciais do eixo Rio-São Paulo nos quais os políticos associados votam nos seus interesses e atuam como uma bancada coesa.

A vitalidade dos radiodifusores nos dias atuais também é explicada pela imbricação dos papéis de patrão e cliente no atual estágio do capitalismo: “A entrada do capital internacional e a pulverização das formas de produção e distribuição de conteúdo dão um novo rumo a esse modelo”.

Crise

As oligarquias que configuraram o sistema coronelista na mídia estão cada dia mais frágeis, segundo Suzy. Ela enxerga uma crise do setor a partir de dois condicionantes: a democratização do país e a disseminação de tecnologias comunicacionais: “Está muito mais difícil controlar a informação. Há 20 anos matavam os jornalistas, matavam os inimigos, serravam o corpo e jogavam na frente da TV. Hoje ainda morre muita gente no Brasil, mas é mais visível a manipulação da informação”, sentencia a pesquisadora.

Suzy diz ser perceptível o crescente desconforto da sociedade com a “excrescência” do sistema de comunicações nacional, entretanto, coloca panos quentes sob qualquer mudança veloz: “Acho que ainda demora e depende muito da conscientização social”.

Reportagem de Pedro Caribé, no Observatório do Direito à Comunicação, publicada pelo EcoDebate, 08/06/2011.

Os imprescindíveis

por Ana Campo

Os que lutam

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

Para escrever o poema Os que lutam, Bertolt Brecht pôde inspirar-se em nomes que iam de Rosa Luxemburgo a Lenin, indivíduos cujos fenômenos sociais dos quais emergiram e foram construtores, transformaram ou abalaram irreversivelmente o mundo. Para escrever tal poema B.B pôde ter se inspirado em lutadores sociais anônimos ou inclusive nele mesmo sem nenhum resquício de arrogância, apenas fazendo jus à sua própria trajetória como dramaturgo militante e exilado da Alemanha nazista. Para acabar com o poema Os que lutam, Galvão Bueno se inspirou em outro fenômeno, Ronaldo, quando o recitou durante a transmissão do jogo de "fim de carreira" do jogador.

O dia de ontem foi de saídas, e saíram os que não tinham saída. Uma mídia preparou a despedida do número 1 da Dilma, a outra do número 1 da Brahma. De comum entre os 2?

Ronaldo tinha como prática jogar futebol, atividade tão legítima quanto qualquer outra, até que sua imagem como jogador de futebol tornou-se um patrimônio muito mais rentável do que a prática futebolística a ponto de transformar-se em antítese de um esportista, o logo da cerveja. Ronaldo - o centroavante - não separou o joio da cevada e a barriga de cerveja não tardou em crescer. A mídia tinha então à disposição uma imagem informe a qual podia moldar às jogadas publicitárias. Bertolt sabia: Um homem é um homem...

Palocci tinha como prática fazer política, atividade tão legítima quanto a de médico sanitarista, até que sua imagem como gestor público tornou-se um patrimônio muito mais rentável do que a simples prática política a ponto de transformar-se em antítese de um homem público, do bolo: a cereja. Palocci - o centroesquerda - não separou o público do privado e seu projeto não tardou em crescer. A mídia tinha então à disposição uma imagem formidável de como a socialdemocracia podia moldar-se às jogadas da classe dominante. Palocci sabia: O homem é o lobbying do homem...

Os dois profissionais valem muito no mercado, um é vendido no estádio, o outro vende o Estado. Eis os fenômenos. Um é o que o capital precisa. O outro é o que o capitalismo precisa. E os precisa desiguais e combinados seja por um dia, uma vida ou um ano, pois eles são
os imprescindíveis.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Acesso à memória: espaço de luta política

Ainda sobre um espaço de tempo aberto pela ONG Acesso, em 28 de maio a memória do passado e a memória do presente se encontraram. Perseguidos políticos da época da ditadura militar; perseguidos políticos desta época de democracia incompleta.

No prédio hoje do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil, funcionou uma antiga sede do DOPS - Departamento de Ordem Política e Social. Nos porões, ainda as grades onde foram presos e torturados os que se levantaram contra o terrorismo de Estado. Foi lá que aconteceu o seminário A Justiça de Transição e a Militância em Defesa dos Direitos Humanos. Foi lá que o anistiado político Solon contou sua história e ouviu o relato do atual perseguido político Lorivaldino, quilombola da Família Silva.


A proposta: destacar como processos históricos inacabados (como a ausência de efetiva transição do regime autoritário) interferem na construção de consciência coletiva e na efetivação da democracia na sociedade brasileira, que historicamente desrespeita os direitos humanos, principalmente da classe popular. Em dois seminários e oito oficinas com parceria da Comissão de Anistia.

Nesse primeiro, cerca de 30 pessoas se revezaram nas janelas para acompanhar os depoimentos. A sala ficou pequena para tanta gente querendo ouvir as memórias dos que resistem, como condição fundamental para interferir no futuro. “Precisamos perceber com clareza que tipo de informação e formação nós temos”, diz Solon, alertando que a luta contra a censura (ainda hoje) não deu certo por conta da concentração da mídia. Assim, a amnésia social passa a se constituir numa nova forma de controle social.

Durante a semana anterior ao seminário, um grupo de advogados populares da Acesso se reuniu com Roberta Baggio, conselheira da Comissão de Anistia, para entender um pouco mais sobre Justiça de Transição: “Democracia é conflito. Por isso, o processo democrático sempre corre riscos porque está em constante construção”. Roberta tem certeza que se vacilarmos um dia sequer na defesa da democracia, podemos retroceder. E pensa sobre as injustiças que se renovam: “As coisas são como são porque a sociedade permite que seja assim”.

Direito de resistência

Então, a sociedade permite que haja novos perseguidos políticos, que para ela são os integrantes dos movimentos sociais. O que poucas pessoas sabem é que em sua defesa existe o Direito de Resistência. Direito de resistência em relação ao grau de opressão e violência que sofrem; direito de resistir contra um governo que exerce violência contra o próprio povo (como no caso da ditadura militar); direito de resistência pelo não acesso aos direitos sociais.

Roberta deverá participar do próximo seminário, que acontecerá no começo de julho em um assentamento da reforma agrária na região metropolitana de Porto Alegre. Dessa vez um encontro entre as mulheres do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e mulheres que lutam pela paz nas periferias onde moram. E tudo pela preservação, divulgação e formação da nossa memória. Dessa memória necessária para construir um mundo melhor do que aquele que tivemos no passado, melhor do que este que temos no presente.

Para saber mais sobre o projeto, entre em contato com a Acesso – Cidadania e Direitos Humanos pelo telefone (51) 3028.8058, email: acessocidadaniadh@gmail.com.

Cine GARRA

Dia 8 de junho as 18h no Entreposto Contraponto - Ao lado da FACED(UFRGS)
Cine GARRA, apresenta:


Exibiremos o filme “É Possível“, produção do Coletivo Catarse de Comunicação, seguido de um debate sobre o tema.
Sinopse:
Se a elite brasileira elegeu o MST como seu inimigo número um, está certa, diz Plínio de Arruda Sampaio. Desafiar abertamente os poderosos e suas políticas que geram pobreza, desigualdade e concentração de riquezas foi uma luta difícil e constante nos ú...ltimos 25 anos (1984 – 2009), período em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra se transformou em um dos mais importantes, conhecidos e reconhecidos movimentos sociais do mundo.

Nesta reportagem cinematográfica, realizada a partir do 13° Encontro Nacional do MST e das celebrações que comemoraram duas décadas e meia de resistência, em Sarandi/RS, junto com o material jornalístico produzido pelo Coletivo Catarse nos últimos dois anos, acompanhando marchas e o cotidiano em acampamentos e assentamentos, mais contribuições de fotógrafos, cinegrafistas amadores e trechos de filmes, as principais questões que envolvem o desafio de se fazer a reforma agrária no Brasil estão colocadas: a opressão da hegemonia de um modelo econômico de desenvolvimento que privilegia o latifúndio; a repressão do Estado e, por outro lado, a mobilização dos trabalhadores, a partir da consciência de que só a pressão popular pode desencadear processos de mudanças no campo.

sábado, 4 de junho de 2011

A Justiça de Transição e a Militância em Defesa dos Direitos Humanos


 No dia 28 de maio de 2011 aconteceu o seminário: A Justiça de Transição e a Militância em Defesa dos Direitos Humanos. O seminário organizado pela Ong Acesso-Cidadania e Direitos Humanos teve como objetivo aproximar, fomentar o debate sobre Justiça de Transição( o direito à Justiça, à memória, à reparação e à promoção de reformas institucionais). 

O seminário reuniu perseguidos políticos da ditadura militar, advogados populares, grupos de acessoria juridica e representntes de movimentos populares que hoje lutam pela efetivação dos Direitos Humanos. Abaixo, vídeo com parte do depoimento do professor Solon Eduardo A. Viola anistiado politico que ao lado de Lorivaldino da Silva, liderença do Quilombo da Familia Silva compartilhou a primeira mesa do seminário.