segunda-feira, 31 de maio de 2010

Israel ataca ação de ajuda humanitária e mata civis

Mais uma vez, o Estado assassino e terrorista de Israel desrespeita as leis internacionais, os direitos humanos e age pela violência e pela morte. Destaque na mídia mundial hoje, o ataque israelense contra navios de ajuda humanitária que buscavam amenizar o sofrimento do povo palestino. O sequestro dos navios e a morte de civis aconteceu em águas internacionais.



ISRAEL ATACA CIVIS EM MISSÃO HUMANITÁRIA

do portal Vermelho

As Forças Armadas israelenses atacaram nesta segunda-feira a “Frota da Liberdade”, integrada por 750 pessoas em seis embarcações, que se dirigia a Gaza para prestar solidariedade à população palestina. A frota humanitária pretendia entregar mais de 10 mil toneladas de suprimentos na Faixa de Gaza. Segundo a TV israelense (Canal 10), no mínimo 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no ataque.

O porta-voz do Exército israelense, general Avi Benayahu, afirmou que o ataque aconteceu em águas internacionais. "O comando agiu em alto mar entre 4h30 e 5h, a uma distância de 70 a 80 milhas (130 a 150 km) de nossa costa", afirmou o general à rádio pública.

Segundo a imprensa israelense, as autoridades militares tinham duas opções: uma intervenção em alto-mar contra a pequena frota ou uma abordagem quando os barcos entrassem no limite de 20 milhas. Acabaram escolhendo a primeira.

Em entrevistas coletiva, o número dois do Ministério das Relações Exteriores israelense, Daniel Ayalon, destacou que seu país "fez todo o possível para deter" a frota, mas seus integrantes "responderam inclusive com armas".

Ayalon fez vagas acusações de que ativistas da frota estavam armados e que alguns deles mantinham relações com “organizações terroristas internacionais", como a rede Al Qaeda.

ANP

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque. Em comunicado emitido na Cisjordânia, por meio da agência oficial palestina "Wafa", Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel.

"O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre", disse Abbas. Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda".

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que "nada pode justificar" o "crime" cometido hoje por Israel. "Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional", acrescentou.

Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de "crime de guerra" que "confirma que Israel age como um Estado acima da lei". Ele pediu uma resposta "rápida e apropriada" da comunidade internacional.

"Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis - remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção - para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente", apontou Erekat.

O chefe do governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como "brutal" e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.

Ele pediu à "comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio" que Israel mantém sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.

Além disso, pediu a Abbas que suspenda "imediatamente" o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos. Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.

Repercussão
As mortes dos ativistas envolvidos na expedição de ajuda aos palestinos teve repercussão internacional. O governo do Paquistão condenou o uso de "força descarada" por parte de Israel contra uma "missão humanitária" que se dispunha a fornecer ajuda humanitária aos palestinos de Gaza.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia reagiu duramente ao ataque e, em comunicado, afirma que o governo israelense terá que enfrentar as consequências por seu comportamento.

O governo turco diz que o Exército israelense usou a força contra um grupo de ajuda humanitária, que inclui "idosos, mulheres e crianças" que viajam nos navios, o que considerou "inaceitável".

O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na "Frota da Liberdade", pois três dos navios que a compõem procedem deste país.

Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que "os navios foram sequestrados"; e que "receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense".

Assim como os gregos, a comunidade europeia também reagiu ao incidente. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje às autoridades israelenses uma "investigação completa" sobre o ataque à "Frota da Liberdade".

O Líbano pediu a convocação do Conselho de Segurança da ONU. O Irã qualificou o ataque como desumano. O Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha classificou o ataque como um fato inaceitável. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner disse que nada justifica o uso de tal violência.

O ataque também mereceu enérgica condenação da Organização da Conferência Islâmica.
A “Frota da Liberdade” foi a segunda tentativa de romper o bloqueio à Faixa de Gaza, imposto por Israelo desde 2007. Entre o final de 2008 e o início de 2009, Israel realizou um massacre àquele território palestino, que deixou cerca de 1500 mortos.

O ataque revela o terrorismo de Estado de Israel e demonstra que o país não pretende permitir a libertação do povo nem a criação do Estado palestino.

Para o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu Alemão, o ataque revela o verdadeiro caráter do governo de Israel que mantém uma ocupação a ferro e fogo do território palestino. Ele afirmou ainda que além de uma ação pacífica, a Frota da Liberdade tinha um significado simbólico. “O PCdoB se solidariza com as famílias das vítimas e se soma à denúncia contra o governo sionista de Israel”.

Site da Missão Humanitária aqui.

Watch live streaming video from insaniyardim at livestream.com


BRASILEIRA ESTAVA NA FROTA ATACADA

informações da BBC Brasil

Uma amiga da brasileira Iara Lee enviou nesta segunda-feira uma carta ao Itamaraty em que solicita o apoio do governo brasileiro na busca por informações sobre a cineasta, que havia decido participar da frota de ajuda humanitária a Gaza atacada pelo exército israelense.

Lee teria relatado por telefone a colegas no Brasil, na noite de domingo, que as embarcações já estavam cercadas e que o clima era "de medo" entre as pessoas a bordo.

"Falamos com ela ontem (domingo) à noite. Ela contou que os navios estavam cercados pelo Exército de Israel e o tom dela era de medo e tensão", disse à BBC Brasil a professora da USP Arlene Clemesha.

Segundo Arlene, esse foi o último contato com Iara. A cineasta vinha utilizando o Facebook para fazer comentários sobre a viagem e, algumas vezes, usava um celular via satélite.

Motivos

Com a confirmação do ataque israelense, a professora da USP decidiu enviar uma carta ao Itamaraty, solicitando o apoio do governo brasileiro na busca por informações sobre a brasileira.

No último contato, Iara teria ainda dito a Arlene que as pessoas a bordo já estavam tentando planejar "alguma estratégia" para o caso de serem atacados.

"Ela falou que há idosos e crianças nas embarcações. E que uma ideia seria tentar empurrar os soldados israelenses para o mar", disse a professora da USP.

Em uma carta-depoimento escrita antes da viagem, a cineasta relatou os motivos que a levaram a participar da expedição humanitária.

"Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também".

"Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise", acrescentou a cineasta, que teria aproxidamente 48 anos.

XXX

Mais uma vez, o governo israelense tem a cumplicidade do governo estadunidense. Seus dinheiros, amigos, justificam qualquer arbitrariedade e mortes. A Casa Branca disse que os Estados Unidos “lamentam profundamente” a perda de vidas e indicou que espera saber mais detalhes sobre as circunstâncias do ocorrido, mas não condenou o ataque de Israel.

Pedalar é preciso



domingo, 30 de maio de 2010

Abaixo assinado pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo



Congresso Nacional tem a oportunidade de promover a Segunda Abolição da Escravidão no Brasil. Para isso, é necessário confiscar a terra dos que utilizam trabalho escravo. A expropriação das terras onde for flagrada mão-de-obra escrava é medida justa e necessária e um dos principais meios para eliminar a impunidade.

A Constituição do Brasil afirma que toda propriedade rural deve cumprir função social. Portanto, não pode ser utilizada como instrumento de opressão ou submissão de qualquer pessoa. Porém, o que se vê pelo país, principalmente nas regiões de fronteira agrícola, são casos de fazendeiros que, em suas terras, reduzem trabalhadores à condição de escravos - crime previsto no artigo 149 do Código Penal. Desde 1995, mais de 31 mil pessoas foram libertadas dessas condições pelo governo federal.

Privação de liberdade e usurpação da dignidade caracterizam a escravidão contemporânea. O escravagista é aquele que rouba a dignidade e a liberdade de pessoas. Escravidão é violação dos direitos humanos e deve ser tratada como tal. Se um proprietário de terra a utiliza como instrumento de opressão, deve perdê-la, sem direito a indenização.

Por isso, exigimos a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, que prevê o confisco de terras onde trabalho escravo foi encontrado e as destina à reforma agrária. A proposta passou pelo Senado Federal, em 2003, e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2004. Desde então, está parada, aguardando votação.

É hora de abolir de vez essa vergonha. Neste ano em que a Lei Áurea faz 120 anos, os senhores congressistas podem tornar-se parte da história, garantindo dignidade ao trabalhador brasileiro.

Até o momento:

* 46126 pessoas aderiram ao Abaixo-assinado pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo em sua versão em papel, que está circulando em todo o país
* Outros 125223 assinaram pela internet

Total até agora: 171349 assinaturas coletadas

participe do abaixo assinado

http://www.trabalhoescravo.org.br/abaixo-assinado/


Proposta de Emenda Constitucional 438/2001

O que é

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 438 foi apresentada em 1999 pelo ex-senador Ademir Andrade (PSB-PA), sob o número 57/1999. Ela propõe nova redação ao Art. 243 da Constituição Federal, que trata do confisco de propriedades em que forem encontradas lavouras de plantas psicotrópicas ilegais, como a maconha. A nova proposta estende a expropriação * sem direito à indenização - também para casos de exploração de mão-de-obra análoga à escravidão. A PEC 438/2001 define ainda que as propriedades confiscadas serão destinadas ao assentamento de famílias como parte do programa de reforma agrária.

A "PEC do Trabalho Escravo" é considerada pelos órgãos governamentais e entidades da sociedade civil que atuam nas áreas trabalhista e de direitos humanos como um dos projetos mais importantes de combate à escravidão, não apenas pelo forte instrumento de repressão que pode criar, mas também pelo seu simbolismo, pois revigora a importância da função social da terra, já prevista na Constituição.

Trâmite

No Senado Federal, a PEC tramitou durante dois anos e foi aprovada em 2001. Na Câmara, permanece parada desde 2004. No mês de agosto daquele ano, a matéria foi aprovada em primeiro turno no Plenário da Casa - com 326 votos favoráveis (18 a mais que o necessário: emendas constitucionais exigem a anuência de 3/5 do total de 513 deputados federais), dez contrários e oito abstenções. Desde então, permanece à espera da votação em segundo turno.

O avanço da proposta em 2004 foi impulsionado pelas pressões geradas após o assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, em Unaí (MG), durante uma emboscada em janeiro do mesmo ano.

Devido a mudanças propostas por membros da bancada ruralista (para inserir os imóveis urbanos na expropriação), a PEC 438/2001 terá que retornar ao Senado depois de aprovada na Câmara.

sábado, 29 de maio de 2010

Despejo de Quilombolas na Bahia

Diante do risco de terem os seus direitos cassados pelo STF devido a suposta incostitucionalidade do decreto 4887/2003, a comunidade quilombola de Barra do Parateca, no município de Carinhanha, à 900km de Salvador, sofreu intervenção da Polícia Federal no dia 26 de maio.
O despejo destruiu casas, roças de abóbora, feijão, mandioca, além de expulsar os animais da comunidade de 250 famílias, que existe tradicionalmente há mais de 100 anos.

Segundo o informações da Comissão Pastoral da Terra da Bahia, a operação ocorreu por ordem do Juiz da Vara Federal de Guanambi, que deferiu liminar de reintegração de posse em favor de João Batista Pereira Pinto, Juiz estadual do mesmo município.

Em nota pública, a Associação Agropastoril Quilombola de Barra do Parateca, a CPT Centro-Oeste da Bahia, a Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais da Bahia, e o Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas - CETA denunciam esta decisão da Justiça Federal e a ação da Polícia Federal nas terras tradicionais do quilombo. Confira a seguir a nota na íntegra:

"Na manhã de ontem, a Comunidade Quilombola de Barra do Parateca, município de Carinhanha, Bahia, foi surpreendida por uma operação violenta da Polícia Federal. Dez homens, fortemente armados, destruíram casas, roças de abóbora, feijão, milho, mandioca, batata, melancia e expulsaram animais em área ocupada pela comunidade, com 250 famílias, há mais de cem anos
A operação ocorreu por ordem do Juiz da Vara Federal de Guanambi, que deferiu liminar de reintegração de posse em favor de João Batista Pereira Pinto, Juiz Estadual do mesmo município. O beneficiário da decisão nunca comprovou a posse da área em litígio, mas vem cercando terras tradicionalmente utilizadas por quilombolas e extrativistas da região do Médio São Francisco.

Essas terras integram a Reserva Legal do Projeto de Colonização de Serra do Ramalho, de propriedade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, e também fazem parte da área a ser titulada em nome da comunidade através do procedimento em curso na referida autarquia, por serem terras ocupadas por remanescentes de quilombos (art. 68 do ADCT da Constituição Federal).

O cumprimento desta decisão judicial aconteceu em plena greve dos servidores federais do Poder Judiciário, onde nenhum ato com implicações processuais poderia estar sendo realizado, por configurar claro cerceamento de defesa, haja vista a impossibilidade de reversão do ato pelos quilombolas e o INCRA.

No direito brasileiro a concessão de liminares em ações de reintegração de posse deve ser uma medida excepcional, de urgência, a ser conferida somente em favor de quem comprova ser posseiro e cumpridor da função social da posse e da propriedade, conforme a Constituição. Isto tem que ser muito bem justificado e comprovado, o que não vem sendo exigido pelos juízes quando as partes são fazendeiros poderosos.

Na Bahia, é recorrente a emissão de decisões judiciais que ignoram tais exigências da Constituição, liminares são concedidas de modo arbitrário explicitando posições ideológicas da magistratura cujas raízes são bem conhecidas em nossa história. Resultado: ao invés de agir em prol da realização de direitos fundamentais, o Poder Judiciário, fiel a uma mentalidade patrimonialista, viola os direitos das populações camponesas que cumprem, efetivamente, a função social da terra.

Em pleno século XXI, quando a humanidade vê-se perplexa diante da fome, da ameaça de destruição do meio ambiente, da guerra, dos horrores do processo de colonização racista, o Poder Judiciário continua operando como uma máquina de construção da miséria. A opção pela destruição de alimentos e casas, realizando cotidianamente despejos forçados de multidões de posseiros, trabalhadores e comunidades negras rurais que resistem e lutam para tirar seus direitos do papel é irracional."
Salvador, 27 de maio de 2010

Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR-BA
Associação Agropastoril Quilombola de Barra do Parateca
Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas - CETA


Publicado por Sérgio Valentim

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Direito das comunidades quilombolas pode ser inconstitucional

O Supremo Tribunal Federal divulgará em alguns dias a decisão sobre a constitucionalidade do decreto que regula a concessão de títulos de propriedade à comunidades quilombolas. O decreto 4887 de 2003, foi questionada pelo Partido Democrata (DEM), com apoio da Confederação Nacional da Indústria, confederação Nacional da Agricultura e Pecuária e Sociedade Rural Brasileira.

Conforme matéria veiculada no site do MST, a relatora especial das Nações Unidas para o Direito a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, declarou que uma regressão dos direitos concedidos a comunidades fundadas por ex-escravos para controlar e se beneficiar de suas terras viola as obrigações internacionais do Brasil com relação aos Direitos Humanos.
Apesar de ser reconhecido na legislação nacional, os direitos de propriedade das comunidades quilombolas haviam sido assegurados de maneira gradual, deixando-os extremamente vulneráveis a despejos forçados e ameaças de proprietários de terra, companhias de mineração e projetos de desenvolvimento que buscam tomar posse de suas terras e recursos naturais.



Em Porto Alegre o Quilombo da Família Silva, no bairro Três Figueiras, o metro quadrado mais caro do Rio Grande do Sul, foi o primeiro quilombo urbano titulado no Brasil. Mesmo assim, os quilombolas estão disputando na justiça com grandes construtoras que invadiram 2/3 de uma área já demarcada pelo Incra e construíram condomínios em um local, reconhecido pela prefeitura em 2005, de interesse cultural, o que impede novas construções.


“A relação com a terra e com seus recursos naturais está no centro da vida das comunidades quilombolas”, disse a relatora das Nações Unidas. “A fundação material e espiritual de suas identidades culturais se sustentam pela sua relação única com as terras que tradicionalmente ocupam. Assim, a terra é mais que uma mera fonte de subsistência; é uma fonte para a continuação de suas vidas e sua identidade cultural”.

Assista o vídeo produzido no dia da titulação do quilombo da Família Silva





Publicado por Sérgio Valentim

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tempo rei

Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos...

Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
E pelo eterno vento...

Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que não restará
Nem pensamento...

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...

Pensamento!
Mesmo o fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos...

Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas
De repente ficam sujas...

Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo
Pode estar por um segundo...

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!...

(pelo mestre da voz e das palavras Gilberto Gil, companheiro desses tempos)


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bataclã FC na Rádiocom



A Bataclã toca a música Ventre Livre na Rádiocom em Pelotas durante a turnê Crenças a Céu Aberto. Essa música é uma composição coletiva resultado da oficina de Tambor de Sopapo no Ponto de Cultura Ventre Livre.

sábado, 22 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

4° Dia da Biodiversidade

uma semana para festejar a luta pela biodiversidade
Porto Alegre - RS

FEIRA DA BIODIVERSIDADE
Quinta-feira 20.mai.2010
Largo Glênio Peres
06:00h - Café de manhã coletivo e moNTagem da geOdéSica
10:00h - TaMboReada com os Mestres Griôs
10:30 - Meninas percussionistas
12:00h - eSpeTácUlo teatral Caravana da Ilusão, com grupo o Povo da Rua.
14:00h - tertÚlia em Movimento
16:00h - Oficina de saMBa de rOda com o Mestre Renato
19:00h - Roda de capOeiRa Angola.
20:30h – MaRacatu Truvão e logo após BatUcadÃo Coletivo

FEIRA DE TROCAS
Sábado, 22.mai.2010
14h
Local: Comunidade Utopia e Luta – Quilombo das Artes
Escadaria da Borges – Centro
Traga aquilo que não está mais em uso (a solidariedade) e boas trocas!

SARAU DA BIODIVERSIDADE
Sábado, 22.mai.2010
18h
Local: Comunidade Utopia e Luta – Quilombo das Artes
Escadaria da Borges – Centro

FESTA
Sábado, 22.mai.2010
a partir das 22h
Shows: Rasta blues e gurias da percussão
Local: Galpão do Parque Harmonia

Programação completa: http://blogfestadabiodiversidade.wordpress.com/

Cartum





Mais no: http://www.rafaelcartum.blogspot.com

domingo, 16 de maio de 2010

A produção de charque e o Sopapo

O Coletivo Catarse esteve em Pelotas realizando mais gravações do documentário sobre o Tambor de Sopapo e entrevistou uma Mãe de Santo, a Tia Maruca, e a sua filha Juraci, que também é presidente da escola de samba fundada pelo Mestre Baptista há 16 anos, a Imperatriz da Zona Norte.


Tia Maruca nos contou um pouco das culturas de matriz africana, do sincretismo gerado pela opressão católica e dos rituais africanos que ajudaram os negros escravizados a suportar o campo de concentração de produção de charque em Pelotas.

Ela falou da importância do tambor ser tocado no ritual: "O tamboreiro não pode parar". Sobre o ritual de sacrífício de animais, salientou na implicância de um grande conhecimento da maneira de se matar sem gerar sofrimento para o animal, de se recolher o sangue, se retirar o couro e preparar o alimento para ser consumido depois. Os rituais de sacrifício sempre existiram, desde a mãe África, se dividindo tarefas entre as pessoas mais aptas - uma espécie de divisão do trabalho que foi também sendo utilizada nas charqueadas para a matança do gado.


Aliás, segundo Tia Maruca, matar um boi, na ritualística afrodescendente, é a maior oferenda que se pode dar a uma entidade. O sacrifício de um animal deste tamanho é muito complicado, exigindo muito conhecimento e espiritualidade, não sendo qualquer um que faz.

Neste sentido, é impossível imaginar o desenvolvimento da indústria do charque, que sacrificava 600 animais por dia, em 30 empreendimentos, sem que os envolvidos não detivessem um certo conhecimento "tecnológico" da matança proveniente da memória de rituais africanos trazidos pelos negros escravizados.


Tia Maruca explicou-nos também que o ritual é feito da meia-noite ao meio-dia, da chamada "hora grande" à "hora grande". Ao final, consagra-se o sacrifício aos deuses tocando-se o tambor, assim como descreveu Nicolau Dreys, um inglês que esteve em Pelotas por volta de 1839: "Na estação da matança, isto é, de novembro até maio, o trabalho das charqueadas principia ordinariamente à meia-noite, mas acaba ao meio-dia, e tão pouco cansados ficam os negros que não é raridade vê-los consagrar a seus batuques as horas de repouso que decorrem desde o fim do dia até o instante da noite em que a voz do capataz se faz ouvir." (Dreys, Notícias Descritivas, 1839, p.202-205).

Aquarela de Wendroth intitulada dança dos negros em Pelotas, de 1857.

Publicado por Sérgio Valentim
Fotos Leandro Anton

sábado, 15 de maio de 2010

A agricultura para as pessoas

Os pequenos agricultores não fazem publicidade milionária na mídia. Talvez seja por isso que os grandes veículos de comunicação só tenham olhos pra enxergar e palavras pra defender os interesses de seus anunciantes, as grandes empresas do agronegócio.

Em Porto Alegre, até amanhã, está acontecendo a Brasil Rural Contemporâneo - Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária. Ali no Cais do Porto. Vá até lá, converse com os agricultores, conheça quem de fato põe as mãos na terra para plantar comida e semear dignidade.

No Brasil, a agricultura feita em pequenos lotes, por agricultores que se organizam em família é responsável por: 70% do feijão; 34% do arroz; 87% da mandioca; 46% do milho; 38% do café; 58% do leite; 50% de aves; 59% de suínos.

No Rio Grande do Sul são 378,5 mil unidades familiares, o que equivale a 86% dos estabelecimentos rurais e a 54% do valor bruto da produção gaúcha. Estes pequenos estabelecimentos são também responsáveis por 81% das pessoas ocupadas no meio rural.

É POR ISSO, QUE APOIAR A REFORMA AGRÁRIA É AJUDAR O BRASIL A SE DESENVOLVER, É CONDIÇÃO PARA QUE TENHAMOS UMA SOCIEDADE MENOS DESIGUAL.

Acesse o site da Feira clicando aqui.

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PELA SOLIDARIEDADE E PELA FELICIDADE, IGUALDADE.

por Cris Rodrigues do Somos Andando.

Às vezes a gente liga no automático e só vai. Pra mim, defender a agricultura familiar e a reforma agrária é uma coisa óbvia. Claro, por causa dos benefícios sociais que trazem, que os números do último post comprovam e coisa e tal. Mas qual o sentido disso? O que faz esses números, esses benefícios, deixarem de ser apenas informações e se tornarem de fato relevantes?

Durante o show do Teatro Mágico – especialmente quando o palco foi dividido com Pedro Munhoz e que uma faixa produzida por diversos movimentos foi levada ao palco -, a vibração, as palavras, a sensação… Era tudo tão forte, a emoção tão grande e veio uma luz, uma coisa que dizia que a palavra por trás disso tudo é solidariedade. Tá, não foi a primeira vez que cheguei a essa conclusão, mas é que a rotina é tão cruel que às vezes nos impede de sentir o tanto que deveríamos.



Agricultura familiar faz sentido porque as pessoas vivem melhor. Reforma agrária é boa porque é justa. Porque não tem um motivo racional, uma razão lógica que explique que uma pessoa tenha milhares de hectares de terra pra plantar produtos pra vender e nem ver o dinheiro enquanto outra batalha a vida inteira e não consegue ir longe. Não porque não é capaz, mas porque não nasceu no mesmo lugar, não veio da mesma barriga, não teve as mesmas chances.

Por isso, o Movimento dos Sem Terra defende terra para todos. O Teatro Mágico defende cultura para todos. Mulheres lutam para ter as mesmas condições que os homens. Tantas lutas. Luta. Palavra que lembra briga, guerra. Por que devemos lutar para conseguir o que seria tão natural?

Foi nesse espírito que um dia disseram que todos somos iguais. E isso não significa que a lei vale da mesma forma para todos, mas que temos todos o mesmo valor, devemos ter os mesmos direitos e oportunidades e a mesma condição de manter uma vida digna. E feliz.

Mais do que solidariedade, do que compaixão, do que amor ao próximo – todos esses lemas que a igreja roubou mas que são muito mais transcendentes, muito mais profundos e verdadeiros quando pensados por eles mesmos, sem deus nenhum por trás -, o sentido de tudo isso é a felicidade. Que todos tenham o mesmo direito a ela.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pássaro Azul: o maior tocador de sopapo de Rio Grande


A Catarse esteve em Rio Grande gravando o documentário sobre o Tambor de Sopapo e entrevistou a Poróca, filha do Pássaro Azul e o tio Valter, primo do passáro, com 80 anos, que tocou com ele no carnaval. Adão, o Pássaro Azul, foi o mais conhecido tocador de sopapo de Rio Grande. Tocava nas mariquitas, uma das primeiras escolas de samba do estado, o tambor de sopapo. Segundo o tio Valter, só ele que tocava naquele instrumento, pois tinha uma habilidade e fazia a diferença no som da escola. "Era possível ouvir de longe o sopapo do Pássaro quando a escola vinha chegando", segundo o primo que tocava prato junto dele. Era um negro de 2 metros de altura que travava duelos com o Boto, tocador de sopapo da Academia do Samba de Pelotas. Era comum naquela época, as escolas de Rio Grande desfilarem em Pelotas.

fotografia de Passáro Azul (alto à direita) com a família

Poróca nos contou que o sopapo de Rio Grande era feito com as madeiras provenientes de barris, como os de vinho, que era comum na cidade portuária. Ele era como uma grande cubana, ou um grande atabaque, feitos por um taloeiro e preso com tiras de ferro. Mas era maior que estes tambores tradicionais, tinha mais de um metro de altura e, segundo o tio Valter, a boca era grande e o som era extremamente grave.




Publicado por Sérgio Valentim
fotos de Leandro Anton

"uma vontade imensa de olharmos para um estado de coisas que nos atiça"


A vertigem do trampolim: como em um mergulho das alturas transpor com a mais impetuosa força do corpo a líquida, fluida, densa e propulsora realidade da alma do país. Na justeza da primeira pessoa a inevitável insuficiência de que não se pode escapar. Um salto kinético de dura precisão, com olhos desde o céu ao chão do Sertão: é Viajo porque preciso, volto porque te amo, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. Assisti ontem à tarde e recomendo pelo afeto à força popular: é um filme brasileiríssimo, com uma vibrante composição de ritmo das fortes variações da dor de amar.

Não perca: no Unibanco Artiplex POA
Sala 8 16:30 | 20:20 | 22:00

Título da postagem: trecho da fala de Aïnouz na entrevista do pressbook.

terça-feira, 11 de maio de 2010

É o sonho

"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro."

Fala de Tuahir, no livro Terra Sonâmbula.

Viajo porque preciso, volto porque te amo

Ano passado, numa conversa do FestFotoPoa, falando sobre a realidade das comunidades populares, o fotógrafo Ripper disse que, hoje, tão revolucionário quanto fazer a denúncia da pobreza, do descaso e da violência, é mostrar a beleza que pulsa nesses lugares, da beleza das pessoas, da resistência da vida, apesar dos problemas e sofrimentos.

Diante da insensibilidade e da estupidez, do egoísmo e da morte (de muitas coisas importantes e bonitas), eu acredito a cada dia com mais sinceridade que luta e poesia estão tão ligadas quanto carne e pele. É impossível arrancar uma da outra, como condição para não terminar com a existência das duas.

Penso nisso agora assistindo ao trailer do filme Viajo porque preciso, volto porque te amo, que entrou em cartaz na última sexta-feira, me agarrando a poesia como quem luta pra manter as narinas abertas. Sobre ele, escrevem Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, que o fizeram: Nascemos e fomos criados no litoral do nordeste do Brasil. Para nós dois, o Sertão sempre foi um lugar imaginado, recorrente nas conversas de família. Era o lugar onde nasceram nossos avós. Esse filme se origina na nossa curiosidade e fascinação por esse lugar.

Um lugar que conhecíamos muito bem, mas para o qual nunca havíamos ido. Escolhemos contar uma história em primeira pessoa, através de um personagem que fosse viajando e coletando imagens, sons, músicas; comentando suas impressões da paisagem meio-conhecida, meio-desconhecida. Um personagem que fosse encontrando gente, mas que também fosse descrevendo esse lugar e seus habitantes, fisicamente, factualmente.

Imaginamos um filme que pudesse produzir a sensação de estarmos ali, que pudesse retratar o encantamento e, ao mesmo tempo, o estranhamento de mergulhar naquele lugar. Era importante um filme à flor da pele, pessoal, artesanal, improvisado - como um álbum de família, como um filme “carta de amor”, “feito à mão”.



Clique aqui para baixar o pressbook do filme.

Fora do ar, dentro do ar

Estivemos com problemas no serviço de provedor e ficamos sem receber emails de sexta à tarde (07.5) até agora pela manhã. Pedimos desculpas caso alguém tenha tido dificuldades em contatar conosco. O site também esteve fora do ar no domínio .com, mas funcionando normalmente pelo endereço do blogspot. Tudo se regularizando por agora, estamos dentro do ar novamente. Vamos em frente, coração aberto e bodoque em punho.

Saudações dos comunicadores catársicos!

12/05 - Mostra de Vídeos: Coletivo Catarse e a Cultura livre

O Coletivo Catarse participa do Circuito Cultural O Dilúvio organizando a mostra de vídeos e debate sobre Cultura Livre.

Tecnobrega e a Cooperativa LAVACA. As charges engajadas de LATUFF e a producão cinematográfica nigeriana. Desinformémonos e batuque do Sopapo. A generosidade compartilhada como base da comunicação.

Quando: 12 de maio de 2010 - 20h
Onde: Boom Gaia Bar - Rua Vieira de Castro, 02 [perto da Redenção]
Entrada livre

Circuito Cultural O Dilúvio - festival de cultura.
"A necessidade de integração entre as diversas artes, seus praticantes e espectadores. Foi pensando nisso que se começou a estruturar a ideia do circuito de eventos, que pudesse estabelecer uma agenda periódica na cidade com eventos culturais. Show, acústico, talk show, debates, mostra de vídeo, tudo misturado num caldeirão que definitivamente não é o do Huck. Enfim uma tentativa humilde e um tanto ufanista de integração cultural a fim de oferecer mais opções de qualidade ao público e mais espaço ao artista".
texto: Zumbira, para o blog O Dilúvio [divulgação].

Divulgue o convite para um bom debate.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Igreja de Oxum em Rio Grande - RS



O projeto Tambor de Sopapo desenvolvido pelo Coletivo Catarse entrevistou Maria da Graça Amaral, que participou do projeto Cabobu e recebeu um dos quarenta sopapos produzidos pelo mestre Baptista. Maria da Graça esta concluindo o curso de serviço social e trabalha no acolhimento de estudantes estrangeiros provenientes dos países africanos de língua portuguesa, como Guiné Bissau, San Tomé e Principe, Moçambique e Angola, que procuram a Universidade de Rio Grande para estudar. Durante toda a faculdade pesquisou sobre o preconceito e a discriminação social sofridos pelos negros no sul do Brasil e que, segundo Graça, ainda existe.




Maria da Graça contou que esta Igreja da Nossa Senhora da Conceição dos Negros foi fundada por uma irmandade de escravos libertos para que pudessem rezar separado dos brancos. Explicou que esta irmandade se encontrava, por volta de 1808 no fundos da Igreja São Pedro, que é uma das igrejas mais antigas do Estado com 250 anos. Logo depois, em 1814 fundaram a igreja dos negros, com uma clara referência a OXUM, pois com a ditadura dos católicos, os africanos escravizados sincretizaram a deusa dos rios e cachoeiras em Nossa Senhora da Conceição, para que pudessem rezar e serem aceitos na sociedade.



Segundo Graça, a falta de referência aos escravos que criaram a irmandade que ajudou na construção da Igreja é devido a falta de conhecimento da comunidade sobre a sua própria história e que "quase ninguém sabe que ela foi fundada pelos negros". Mesmo assim, sempre no dia 08 de dezembro, que é dia de Nossa Senhora da Conceição, acontece uma comemoração na cidade onde a comunidade do candomblé entra na igreja e faz suas oferendas a Oxum, que nada mais é do que a Nossa Senhora da Conceição dos negros.



Publicado por Sérgio Valentim
fotos Gustavo Turck e Leandro Anton

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O mercado de escravos em Rio Grande-RS

O Coletivo Catarse está em Rio Grande desenvolvendo o Projeto Tambor de Sopapo e entrevistou André Brisolara no mercado do peixe onde era feito o comércio de negros escravizados na época das charqueadas. A maioria destes escravos chegava pelo porto de Rio Grande e eram acorrentados nas colunas do mercado para serem expostos à venda.



André nos contou que os escravos eram lavados ali em frente e acorrentados nestas argolas, onde ficavam em exposição para o comércio. Uma legítima feira de escravos no tradicional mercado público de Rio Grande.





terça-feira, 4 de maio de 2010

Incra não cumpre meta e titula 2 territórios quilombolas em 2009

As comunidades quilombolas seguem sem ter muito o que comemorar. Em 2009, somente dois territórios tradicionais, ambos no Rio Grande do Sul, foram titulados. O número ficou abaixo do esperado, já que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgara, em 31 de julho de 2009, que 11 comunidades seriam beneficiadas com os títulos definitivos até o final do ano. A meta não chegou nem perto de ser cumprida.

A ONG Repórter Brasil publicou hoje um extensa reportagem sobre o tema.

Clique aqui para ler na íntegra.

Leia a íntegra do estudo "Terras Quilombolas - Balanço 2009"

Medíocre Mídia



segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ensaio Bataclã ao Vivo, aqui às 21h!

Ontem o ensaio foi num estúdio que era um porão. Não havia nenhum sinal de internet, por isso, ficamos impossibilitados de fazer a transmissão ao vivo.

Para saber mais sobre a banda acesse http://felicidadedobatacla.blogspot.com

Assentados de Nova Sta Rita entregam toneladas de produtos para a alimentação escolar

Mais de 9,6 toneladas de produtos orgânicos devem chegar às escolas e creches de Nova Santa Rita (RS) até julho. Os hortifrutigranjeiros são produzidos em assentamentos, e começam a ser distribuídos na próxima semana.

Em forma de rodízio, um grupo de 20 famílias assentadas entregará, semanalmente, alface, repolho, moranga, batata-doce, cenoura, tempero verde (salsa e cebolinha), beterraba, pimentão, alho, couve, espinafre, brócolis, aipim, rabanete, vagem, agrião, rúcula, além de cubos de carne suína (pernil) e frutas como bergamota e maracujá.

A distribuição será feita pelos próprios assentados diretamente às escolas. “Além de um produto orgânico, que respeita a vocação agrícola da região, os alunos terão um alimento mais novo. O fato de ser produzido próximo facilita a entrega, gerando economia e qualidade, pois assim, no dia seguinte à colheita o alimento já está nas escolas”, salienta a nutricionista Arlete Gonçalves, da Secretaria Municipal de Educação.


Os produtos alimentarão cerca de 4 mil estudantes da rede municipal de ensino de Nova Santa Rita. Ao todo, são 13 escolas de ensino fundamental e três de educação infantil, que oferecem lanches nos turnos da manhã e tarde. Duas escolas também fornecem almoço aos alunos.

A comercialização com o município faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar. A iniciativa atende a lei federal nº 11.947/2009, que determina que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Educação (FNDE) para alimentação escolar, seja investido na compra de produtos da agricultura familiar e reforma agrária.

Desenvolvimento
As famílias assinam os contratos com a prefeitura nesta quarta-feira (31). “Este mercado é uma conquista para nós, porque vai garantir uma renda mensal à família”, comemora o assentado Adir Bourscheid, que distribuirá, entre outros produtos, em torno de 800 pés de alface por mês às escolas.

Com a abertura de mais este mercado, ele espera aumentar a renda familiar em mais dois salários mínimos e investir o dinheiro na expansão da produção. Ele pretende ampliar os canteiros de 1,5 para 2 hectares ainda este ano. “Como a gente tem garantia de venda, vamos poder produzir mais”, afirma Bourscheid.

As famílias foram selecionadas por meio de licitação para aquisição de produtos da reforma agrária e agricultura familiar para alimentação escolar, realizado pela prefeitura no início do ano.

A expectativa dos assentados é continuar abastecendo as escolas também no próximo semestre. “É o nosso primeiro contrato, que vai até julho. É um período inicial, onde poderemos organizar o trabalho. Com a experiência, em uma próxima licitação poderemos até incluir outros itens que já produzimos”, explica Sandra Rodrigues, assistente social da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec).

A Cooperativa – que também presta assistência técnica aos assentamentos de Nova Santa Rita – é a entidade articuladora das famílias no Programa de Alimentação Escolar.

Fonte: Coptec